Escravidão

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Os Valirianos escravizando o povo de Velha Ghis - por Marc Simonetti ©

A Escravidão é de um sistema de trabalho compulsório no qual seres humanos são tratados como propriedades, e que eventualmente são comprados, vendidos, e forçados a trabalhar. Em Westeros, a escravidão é ilegal, mas a prática é comum em muitas regiões de Essos.

A escravidão é mencionada nos primeiros livros da série e se torna mais presente em "A Tormenta de Espadas", tornando-se um dos panos de fundo centrais em "A Dança dos Dragões".

Westeros

A escravidão é considerada abominável e estritamente proibida para os westerosi.[1] Isso provavelmente ocorre devido à filosofia da Fé dos Sete, religião predominante nos Sete Reinos desde a Invasão Ândala.

Os homens de ferro, corsários por natureza, possuem práticas que se assemelham à escravidão. Eles mantém os chamados servos e esposas de sal, que são forçados a trabalhar e possuem status quase tão baixo quanto o dos escravos. Suas crianças, porém, são consideradas livres se batizados segundo o culto do Deus Afogado. A ideia de vender cativos em Lys por dinheiro deixa um gosto ruim na boca até mesmo de Victarion Greyjoy:



Tomar um homem como escravo, ou uma mulher como esposa de sal, era correto e adequado, mas homens não eram cabras ou galinhas para serem comprados ou vendidos por ouro. [2]
—— pensamentos de Victarion Greyjoy



No entanto, a prática ilegal por vezes ocorre em Westeros. No Norte, Sor Jorah Mormont vendeu alguns caçadores a mercadores de escravos tyroshinos e fugiu para as Cidades Livres ao ser condenado à morte por Eddard Stark, que descobrira o seu crime. Também é dito que Cersei Lannister vendeu a mãe de dois bastardos de Robert Baratheon a alguns escravagistas que passavam pelo Oeste, já que não podia suportar tamanha afronta à honra da Casa Lannister tão perto de seu território.[3]

Em dado momento, quando Daenerys Targaryen reflete se compraria ou não seu exército de Imaculados, esta é a posição de Arstan Barba Branca:



Não há escravos nos Sete Reinos há milhares de anos. Tanto os velhos deuses como os novos consideram a escravidão uma abominação. Maligna. Se desembarcar em Westeros à frente de um exército de escravos, muitos bons homens irão se opor a você por nenhum outro motivo além desse. Causará grande dano à sua causa e à honra de sua Casa.[1]



Segundo alguns, os plebeus de Westeros não levam uma vida muito diferente da dos escravos, embora recebam um pouco mais de consideração de seus senhores do que um escravo receberia. Tyrion Lannister, depois de ter sido brevemente escravizado por Yezzan zo Qaggaz, refletiu sobre a escravidão:



Os escravos de Yezzan comiam melhor do que muitos camponeses nos Sete Reinos, e era menos provável que morressem de fome no inverno. Escravos eram bens, sim. Podiam ser comprados e vendidos, chicoteados e marcados, usados para o prazer carnal de seus proprietários, acasalados para gerarem mais escravos. Nesse sentido, não eram mais do que cães ou cavalos. Mas a maioria dos senhores tratava seus cães e cavalos muito bem. Homens orgulhosos podiam gritar que preferiam morrer do que viver como escravos, mas o orgulho era barato. Quando o aço soltava faíscas, tais homens eram raros como dente de dragão; de outro modo, o mundo não estaria tão cheio de escravos.[4]
—— pensamentos de Tyrion Lannister



Essos

Cidades Livres

Nas Cidades Livres, escravos eloquentes e bem nascidos são valorizados. Eles se tornam tutores, escribas, escravos de cama e até curandeiros e sacerdotes.[5]

  • Em Pentos, a escravidão é proibida por lei como parte de um tratado imposto pelos bravosianos há cem anos atrás.[6] No entanto, numa cidade na qual riqueza é igual a poder, muitos ricos magísteres burlam a lei e mantém em suas mansões escravos com coleiras de bronze.[7] É o caso de Illyrio Mopatis, que tem um dedo no comércio de escravos, ou talvez uma mão inteira.
  • Lys possui uma grande população de escravos. Os escravos são utilizados nas tarefas consideradas rústicas demais para mãos lisenas, treinados para trabalhar como guardas e soldados, e até para realizar diversas performances.[5] Devido a isso, a maior parte dos navios escravagistas leva sua carga para Lys primeiro, permitindo que os clientes mais ricos comprem a melhor parte de sua mercadoria. Essa prática criou uma nova rota no comércio de escravos, e é uma das grandes fontes de riqueza de Lys. Sendo conhecida por suas casas de prazer, os lisenos treinam os escravos nas artes do amor e os vendem como cortesãos e escravos de cama.
  • Em Volantis, devido à relativa proximidade com a Baía dos Escravos, o mercado de escravos prospera.[5] Há cinco escravos para cada homem livre. Escravos são marcados com tatuagens no rosto para impedir que escapem no constante fluxo de navios. As tatuagens também servem para identificar a função do escravo. Um bobo da corte pode ter a pele tatuado em método padronizado, em uma mistura heterogênea marcada do pescoço ao couro cabeludo.[8] Prostitutas têm tatuagens de lágrimas, escravos de R'hllor têm chamas no rosto, e etc.
  • Os bravosianos são a grande exceção, já que descendem de escravos fugitivos e não permitem a escravidão em seu território. Eles não fazem comércio na Baía dos Escravos.
  • A guarda da cidade de Qohor é composta unicamente de Imaculados, soldados-escravos eunucos. Porém, assim como em Pentos, os escravos podem ser comprados pelos homens poderosos em desafio às leis.[9]
  • Myr é um centro no comércio de escravos.
  • Os comerciantes tyroshinos são muito ativos no comércio de escravos, e conhecidos por sua agressividade. Eles até navegam para o norte em além da Muralha, em busca de selvagens para escravizar.[10]

Antiga Valíria

Na Valíria de outrora fazia um uso intenso da mão-de-obra escrava. Em sua expansão, Valíria conquistara diversas nações, de modo que escravos de diversos povos compunham a base de sua pirâmide social.

Na escuridão vermelha e escaldante das minas abaixo das Quatorze Chamas que iluminavam as noites da Cidade Franca, os piores escravos cavavam, queimavam e morriam em busca de prata e ouro:



Escravos morriam aos montes, mas seus mestres não se importavam. Ouro vermelho, ouro amarelo e prata eram mais preciosos do que a vida dos escravos, já que os escravos eram baratos no Domínio.[11]
—— O Homem Amável para Arya Stark



As revoltas de escravos eram comuns nas minas, mas os valirianos eram fortes em feitiçaria e hábeis em suprimí-las. Devido às guerras, os valirianos haviam tomado cativos milhares de escravos, e, em tempos de paz, eles os cultivavam.

É dito que o primeiro Homem Sem Rosto surgiu em Valíria. Ele trouxe a dádiva da morte aos escravos que queriam fugir daquela vida de horror no coração das Quatorze Chamas e oravam por um fim.[11]

A origem de Braavos se deu em decorrência de um motim numa das frotas valirianas, no qual os escravos tomaram os navios e fugiram para o mais longe possível dos seus mestres. Liderados pelos Cantores da Lua, os refugiados encontraram uma laguna cercada por um manto de névoa e lá se desenvolveram sem o conhecimento do resto do mundo, sendo por isso muitas vezes chamada de Cidade Secreta e Filha Bastarda de Valíria.

Velha Ghis

A Velha Ghis praticava a escravidão. O Antigo Império de Ghis desenvolveu-se como uma grande potência ndo oriente, dominando grande parte dos Essos antes de eventualmente cair para o império valiriano.

Baía dos Escravos

Yunkai, Meereen, e Astapor são as grandes cidade escravagistas da Baía dos Escravos. Por séculos, até a chegada de Daenerys Targaryen, elas foram os pilares do comércio mundial de escravos, sendo onde os khal dothraki e os corsários das Ilhas Basilisco iam vender seus cativos e os demais mercadores iam comprar escravos treinados.

Yunkai é conhecida por treinar escravos de cama, não soldados. Um escravo de cama em Yunkai aprende o caminho dos sete suspiros e as dezesseis posições de prazer.

Imaculados, soldados-escravos eunucos, são treinados em Astapor. Os Imaculados aprendem a natureza das três-lanças.[12]

Dothraki

Os dothraki fazem escravos ao conquistar aldeias, e troca, os cativos com os ghiscari, que os treinam, e recompensa, os dothraki com presentes. Os dothraki mantém escravos de várias terras, principalmente em Vaes Dothrak, que foi construída por escravos e onde vivem muitos outros para servir ao dosh khaleen. Os dothraki também escravizam seu próprio povo: quando um khalasar entra em choque com outro, os derrotados são escravizados.[13]

Qarth

Os qartenos são muito ativos no comércio de escravos.

Ao visitar a Rainha Daenerys Targaryen em Meeren, o Príncipe Mercador Xaro Xhoan Daxos, agindo como emissário de Qarth, tentou convencer Daenerys da importância da escravidão:



Considere Qarth. Na arte, na música, no comércio, em tudo o que nos faz mais do que animais, Qarth está acima do resto da humanidade, como você no topo desta pirâmide... mas no fundo, em, vez de tijolos, a magnificência da Rainha das Cidades é construída sobre as costas dos escravos. Pergunte a si mesma, se todos os homens tivessem que escavar a terra por comida, como alguns levantariam os olhos para contemplar as estrelas? Se cada um de nós tivesse que arrebentar as costas para construir um casebre, quem levantaria os templos para glorificar os deuses? Para alguns homens serem grandes, outros devem ser escravizados.[14]



Gogossos

A cidade de Gogossos na Ilha das Lágrimas sobreviveu à Perdição de Valíria e se tornou rica e poderosa durante o Século de Sangue, alguns chamando-a de "Décima Cidade Livre". graças à escravidão e feitiçaria. Seus mercados de escravos tornaram-se tão notórios quanto os das cidades da Baía dos Escravos. No entanto, setenta e sete anos após a Perdição, uma terrível praga, a Morte Vermelha, emergiu das celas de escravos da cidade e varreu a Ilha das Lágrimas e depois o resto das Ilhas Basilisco.[15]

Ex-Escravos Notáveis


Eventos recentes

Info Aviso: Esta seção contém revelações sobre o enredo (spoilers).

A Guerra dos Tronos

Numa conversa com Jon Snow, Tyrion Lannister refletiu que se tivesse nascido camponês, provavelmente teria sido vendido a algum mercador de escravos que trabalhasse com escravos grotescos devido ao seu nanismo.

Após o nascimento de seus dragões, Daenerys libertou todos os escravos que restavam dentre os membros do khalasar de Drogo que ainda a acompanhavam.

A Fúria dos Reis

Na Casa dos Imortais, Daenerys teve a visão de dez mil escravos erguendo os punhos manchados de sangue enquanto ela passava por eles a galope por sua prata, correndo como o vento.

A Tormenta de Espadas

Daenerys retornava a Pentos quando Sor Jorah Mormont deu-lhe a ideia de desviar a rota para a Baía dos Escravos com a intenção de comprar um exército de Imaculados em Astapor. Ao chegar lá, Daenerys ficou penalizada com o sofrimento imposto aos escravos na Praça da Punição, além do cruel treinamento ao qual eram sujeitos os Imaculados. Dessa forma, ela enganou os escravagistas astaporis (Bons Mestres) e libertou todos os escravos de Astapor, saqueando a cidade e deixando seu governo nas mãos de um conselho de libertos. Em seguida, a garota continuou sua investida, colocando Yunkai de joelhos e conquistando Meereen. Todos os escravos das duas cidades também foram libertos e passaram a chamar a Targaryen de "Mhysa" (mãe) e de "rompedora de correntes".

O Festim dos Corvos

Euron Greyjoy mencionou que o preço dos escravos estava subindo desde a queda de Astapor e Meereen. Após a Batalha das Ilhas Escudo, ele resolveu vender seus cativos como escravos em Lys e Volantis.

A Dança dos Dragões

Apresenta-se a noção dos Escravos de R'hllor, homens ou mulheres comprados por templos de R'hllor para serem sacerdotes.

Tyrion Lannister, Merreca e Sor Jorah Mormont foram escravizados e se tornaram propriedade de Yezzan zo Qaggaz. Lisenos que passaram por Durolar escravizaram alguns selvagens que se refugiavam ali.

A campanha de Daenerys mergulhou a Baía dos Escravos no caos, afetando o comércio de escravos do mundo todo. Yunkai se ergueu e buscou aliados que a ajudassem a derrubar a Rainha Dragão, conseguindo-os com as cidades que dependiam do comércio de escravos: Nova Ghis, Qarth, Tolos. Volantis, em pleno processo eleitoral, ainda sofria com o dilema sobre entrar ou não na guerra.

De acordo com Qavo Nogarys, um oficial de alfândega de Selhorys, as ações de Daenerys tiveram uma repercussão maior do que ela imagina.



Essa criança arrogante tomou para si a tarefa de esmagar o tráfico de escravos, mas o tráfico nunca esteve confinado à Baía dos Escravos. Era parte do mar de comércio que se espalhou pelo mundo, e a Rainha Dragão tem turvado as águas.




Notas e Referências

  1. 1,0 1,1 A Tormenta de Espadas, Capítulo 23, Daenerys.
  2. A Dança dos Dragões, Capítulo 56, O Pretendente de Ferro.
  3. A Guerra dos Tronos, Capítulo 35, Eddard.
  4. A Dança dos Dragões, Capítulo 66, Tyrion.
  5. 5,0 5,1 5,2 A Tormenta de Espadas, Capítulo 71, Daenerys.
  6. A Dança dos Dragões, Capítulo 1, Tyrion.
  7. A Guerra dos Tronos, Capítulo 3, Daenerys.
  8. A Fúria dos Reis, Prólogo.
  9. A Fúria dos Reis, Capítulo 63, Daenerys.
  10. O Mundo de Gelo e Fogo, Além do Reino do Pôr do Sol: As Cidades Livres, As Filhas Briguentas: Myr, Lys e Tyrosh.
  11. 11,0 11,1 O Festim dos Corvos, Capítulo 22, Arya.
  12. A Tormenta de Espadas, Capítulo 42, Daenerys.
  13. A Dança dos Dragões, Capítulo 30, Daenerys.
  14. A Dança dos Dragões, Capítulo 16, Daenerys.
  15. O Mundo de Gelo e Fogo, Além do Reino do Pôr do Sol: Além das Cidades Livres, As Ilhas Basilisco.

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