Primeira Noite

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A primeira noite é uma tradição de casamento quase extinta em Westeros.[1] O costume afirma que quando plebeus se casam, seu senhor ou rei tem o privilégio de levar a noiva para a cama na primeira noite.[2]

História

Origem

A prática é antiga, e acredita-se que tenha dez mil anos. Foi iniciada pelos Primeiros Homens da Era da Aurora. Era considerado uma bênção para um senhor da guerra ou herói conceder sua semente a uma noiva em sua noite de casamento, e se um filho viesse de tal união, o marido teria a honra de criar a descendência do herói. Esta tradição permaneceu após a Chegada dos Ândalos, mesmo que eles não tivesse essa tradição em suas terras longínquas.[2]

Esse privilégio às vezes permitia que os reis levassem as nobres esposas dos senhores vassalos, ou porta estandartes, em sua noite de núpcias, embora isso raramente acontecesse, pois um governante astuto estaria ciente do ressentimento que isso causaria e da facilidade com que poderia fazer inimigos. A tradição do direito do senhor à primeira noite levou alguns plebeus a se casarem em segredo ou não informarem seus senhores do casamento, já que eles não desejavam compartilhar suas noivas, e nem a noiva desejava ser compartilhada.[2]

Sementes do Dragão

Quando os Targaryens vieram pela primeira vez para Pedra do Dragão, eles começaram a praticar a tradição eles próprios. Enquanto a primeira noite foi muito ressentida e odiada pelo resto dos Sete Reinos, os plebeus de Pedra do Dragão viam seus belos governantes de origem valiriano quase como deuses.[3][4] Quando um Senhor da Pedra do Dragão assumia seus direitos de acordo com o costume da primeira noite, as noivas eram vistas como "abençoadas" e os filhos nascidos de tais uniões frequentemente recebiam presentes luxuosos de seu pai. Dizia-se que bastardos que herdaram características valirianas como olhos violeta nasceram da "semente de dragão" e, com o tempo, ficaram conhecidos como "sementes".[3]

Sob o Trono de Ferro

Após a Conquista, o Rei Aegon I Targaryen permitiu que os grandes senhores mantivessem tanto o direito de cova e forca e a primeira noite.[5]

Gargon Qoherys, Senhor de Harrenhal, era infamemente conhecido como "Gargon, o Convidado" por se convidar para casamentos em todas as suas propriedades para invocar seu direito senhorial de primeira noite com as noivas tão freqüentemente quanto possível. O desprezado Gargon foi eventualmente assassinado no início do governo de Aenys I Targaryen pelo rebelde Harren, o Vermelho. Gargon sangrou até a morte depois que Harren cortou seus órgãos genitais e os deu aos cães. Harren só foi capaz de chegar a Gargon devido às ações de um servo em Harrenhal cuja filha Gargon havia "homenageado" em seu casamento.[6]

No entanto, na época do Rei Jaehaerys I, acreditava-se que o costume era comum ao sul do Gargalo.[2]

Abolição

Durante o reinado do Rei Jaehaerys I Targaryen, a Rainha Alysanne Targaryen ouviu várias histórias envolvendo a primeira noite em suas audiências de mulheres. O relato mais perturbador veio de uma garota em um bordel em Vila Toupeira em 58 d.C., a filha de um ferreiro que se casou com o aprendiz de seu pai quando ela tinha quatorze anos. Assim que eles terminaram seus votos de casamento, o senhor local veio ao casamento com seus homens de armas para reivindicar seu direito. Após a primeira noite, ela foi devolvida ao marido, que perdeu todo o carinho por ela. Visto que ele não podia levantar a mão contra o senhor, o marido levantou contra sua esposa. Quando ele descobriu que ela estava grávida do filho do senhor, o aprendiz bateu nela até ela abortar. A mulher decidiu que se ela seria chamada de prostituta, ela poderia muito bem viver como uma e fugir para o bordel de Vila Toupeira, onde ela permaneceu.[2]

Alysanne trouxe essa história e as incontáveis outras sobre as quais ela tinha ouvido falar antes ao pequeno conselho de Jaehaerys. Alysanne apontou o que aconteceu com Lorde Gargon, o Convidado. O Grande Meistre Benifer afirmou que houve casos de lordes sendo assassinados por aqueles que buscavam vingança devido ao direito da primeira noite e, portanto, o direito também era uma ameaça à Paz do Rei. Alysanne declarou que a lei não era a mesma de quando foi fundada há milhares de anos, já que nenhum dos homens que a pratica agora é um dos heróis.[2]

Embora Jaehaerys inicialmente relutasse em irritar seus súditos, retirando uma prerrogativa senhorial, o conselho concordou em abolir o direito do senhor à primeira noite. No que ficou conhecido como a segunda das leis da Rainha Alysanne, a donzelice de uma noiva pertenceria apenas a seu marido, fosse ela realizada por um septão ou diante de uma árvore coração. Qualquer homem, seja ele senhor ou camponês, que levasse alguém à força na noite de núpcias ou em qualquer outra noite, seria culpado de estupro. Essa lei tornou Alysanne profundamente amada pelos plebeus, embora alguns senhores se ressentissem dela.[2]

História Recente

Algumas famílias nos Sete Reinos, como Boltons e Umbers (embora eles neguem), bem como os habitantes de Skagos e alguns clãs das montanhas do norte, dizem que ainda defendem ilicitamente a primeira noite.[1] No casamento do Lorde Tywin Lannister com a Senhora Joanna Lannister, o Rei Aerys II Targaryen zombou bêbado sobre como foi uma pena que a primeira noite foi proibida e ele tomou certas liberdades no ritual de cama, quando os homens da festa levaram Joanna aos seus aposentos.[7]

Ramsay Snow é filho da esposa do moleiro, que engravidou de Lorde Roose Bolton. Além de abusar de sua esposa, Roose enforcou o moleiro por se casar sem sua permissão.[1]

Citações


Os senhores que reivindicam a primeira noite hoje não são heróis. Você não escutou a mulher que falou deles. Eu, sim. Homens velhos, gordos, cruéis, meninos bexiguentos, babões, homens cheios de escaras, cicatrizes, furúnculos, senhores que passam meio ano sem se lavar, homens com cabelos ensebados e piolhos. Esses são seus homens poderosos. Eu escutei aquelas meninas, e nenhuma delas se sentia abençoada.[2]





No momento em que coloquei os olhos nela, eu a quis. Esse foi meu tributo. Os meistres dirão a você que o rei Jaehaerys aboliu o direito dos senhores da primeira noite para apaziguar sua perversa rainha, mas onde os velhos deuses governam o costume permanece. Os Umber também mantêm a primeira noite, por mais que possam negar. Certos clãs das montanhas também, e em Skagos… bem, apenas as árvores-coração já viram metade do que fazem em Skagos. O casamento do moleiro acontecera sem minha permissão ou conhecimento. O homem me enganara. Então eu o enforquei e reclamei meus direitos embaixo da árvore onde ele se balançava. Verdade seja dita, a camponesa mal valeu a corda.[1]


Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 A Dança dos Dragões, Capítulo 32, Fedor.
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 Fogo & Sangue, Jaehaerys e Alysanne: Triunfos e tragédias.
  3. 3,0 3,1 Fogo & Sangue, A morte dos dragões: O dragão vermelho e o dourado.
  4. O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Aegon II.
  5. Fogo & Sangue, Três cabeças tinha o dragão: O governo do rei Aegon I.
  6. Fogo & Sangue, Os filhos do dragão.
  7. A Dança dos Dragões, Capítulo 43, Daenerys.

Links Externos

  • O artigo "Direito da primeira noite", da Wikipedia, apresenta um costume semelhante, embora não seja provado que tenha existido.

Sobre a página

Esta página utiliza conteúdo baseado em First Night, um artigo de A Wiki Of Ice And Fire.