Volantis
Volantis, comumente chamada de Velha Volantis[1][2][3] ou de Primeira Filha,[4][5] é a mais meridional e a mais velha de todas as nove Cidades Livres, localizada na boca do Roine no continente de Essos.[6] Volantis é uma das maiores, mais ricas e poderosas dessas cidades-estados,[5] e no passado já foi a mais populosa.[7]
Antiga Volantis | |
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Cidade Livre | |
Volantis em Game of Thrones Localização de Volantis na região das Cidades Livres | |
Localização | Roine, Essos |
Governo | Tríade de Volantis |
Religião | Religiões mistas |
Fundado(a) | Aprox. 1000 anos atrás |
Locais notáveis | Ponte Longa, Casa do Mercador, Muralhas Negras, O Templo do Senhor da Luz |
Organizações | Partidos dos Tigre e dos Elefante |
Geografia
Volantis se localiza a sudeste das demais Cidades Livres, a leste das Terras Disputadas e no delta do Roine. Diz-se que se estende por uma baía tão grande que as cem ilhas de Bravos poderiam cair em seu porto e se afogar. A norte fica o rio Volaena. O clima da cidade é quente e úmido.
Volantis é a cidade livre mais próxima da Baía dos Escravos, situada a cerca de quinhentas e cinquenta léguas de Meereen em linha reta.
A Cidade
- O porto - A cidade se assenta sobre um profundo ancoradouro. Volantis se espalha pela boca do Roine e através das colinas e pântanos em ambos os lados do rio.
- As Muralhas Negras - É uma fortificação oval de pedra negra fundida construída com duzentos pés de altura pelos valirianos quando Volantis não passava de um posto avançado de seu império. É grande o suficiente para que seis carroças passem lado a lado em seu topo, o que é feito todos os anos para comemorar o aniversário da cidade. Estrangeiros, quer sejam escravos ou livres, não são permitidos dentro das muralhas negras a menos que sejam convidados. Apenas os descendentes do sangue antigo, que podem traçar sua ascendência até Valíria, podem viver ali.
- O Templo do Senhor da Luz - Em Volantis, o templo de R'hllor é uma enormidade de pilares, degraus, contrafortes, pontes e cúpulas que fluem umas contras as outras, como se tivessem sido esculpidas a partir de uma rocha colossal. Uma centena de tons de vermelho, amarelo, dourado e laranja se encontram e se fundem nas paredes do templo. Suas torres esbeltas se retorcem para o alto, como chamas congeladas que tentam alcançar o céu. Possui cerca de três vezes o tamanho do Grande Septo de Baelor em Porto Real. Antes de sua construção, o local era uma grande praça. O templo é protegido por um exército privado, a Mão Ardente.
- A Casa do Mercador - Trata-se da melhor pousada de Volantis. É uma monstruosidade de quatro andares que domina as docas, cais e armazéns que a rodeia. Está localizada na Praça da Peixaria. Sua sala comum, maior do que os grandes salões de metade dos castelos de Westeros, é um labirinto de alcovas e grutas construídas em torno e um pátio central, com trepadeiras floridas e um chão de pedra. Os quartos possuem fechaduras muito fortes.
- A Grande Ponte - É a longa construção que une as duas metades de Volantis por cima do Roine. É um espaço enorme, com uma estrada sustentada por pilares maciços que os valirianos construíram no auge de sua glória. O pórtico de entrada é um arco de pedra negra esculpica com esfinges, manticoras, dragões e outros animais exóticos. A estrada é larga o suficiente para que duas carroças passem lado a lado. Há construções ao lado da estrada, com lojas onde pode-se comprar todo o tipo de mercadorias. No centro da ponte, são exibidas as mãos dos ladrões e a cabeça dos criminosos.
Governo
Volantis é governada por uma Tríade, na qual cada um governa por um ano. Todos os anos, os proprietários de terras nascidos livres em Volantis devem eleger um novo triarca ou reeleger um atual. Há poucos eleitores a oeste do Roine.
As eleições são dez dias de loucuras, com discursos, pantomimeiros, menestréis e dançarinos. Espadachins duelam e morrem pela honra de seus candidatos, e elefantes andam pelas ruas com o nome dos candidatos pintado em sua lateral. Alguns pretendentes ao cargo até oferecem escravos ou escravas para se relacionar com os eleitores e garantir votos.
Apenas aqueles do sangue antigo que puderem traçar sua ascendência até Valíria podem chegar ao cargo de triarca. Há tanto triarcas elefantes quanto tigres. De acordo com Sor Jorah Mormont, nunca houve um triarca criança (como ocorre em Westeros, com Tommen) e se um triarca louco for eleito (como Aerys II), seus pares o restringem até o que ano acabe. Algumas mulheres de bom nascimento e que moram dentro das Muralhas Negras podem votar. Trezentos anos atrás houve uma triarca, Trianna.
Os elefantes são o partido dos mercadores e banqueiros. Os tigres são da velha aristocracia guerreira. Os elefantes defendem a hegemonia de Volantis por meio do comércio, e os tigres, por meio da guerra.
Tríade atual:
- Malaquo Maegyr, um tigre.
- Doniphos Paenymion, um elefante.
- Nyessos Vhassar. um elefante.
Atuais candidatos à tríade:
Triarcas do passado:
Comércio
Volantis é uma peça fundamental no comércio de escravos, e por isso possui fortes laços comerciais com as cidades escravagistas no leste. Diz-se que há cinco escravos para cada homem livre na cidade.
As moedas que correm em Volantis são chamadas de "honras", e possuem uma coroa numa face e a figura da morte na outra. Os volantinos são conhecidos pelo vinho tinto que produzem. Poucos navios westerosis vão para lá de Volantis, normalmente parando em seu porto para encher os porões com seda e especiarias do Mar de Jade, virando suas velas para casa a seguir.
Cultura
Tatuagens são comuns em Volantis. Os escravos são tatuados no rosto com figuras que identificam suas funções: prostitutas com lágrimas, chamas nos escravos de R'hllor, e por aí vai. A cidade é defendida por um exército de guardas escravos conhecidos como Capas de Tigre.
Volantinos gostam de beterraba doce, que são uma das principais iguarias na culinária da cidade. Além disso, o cyvasse foi inventado em Volantis.
História
Volantis é a mais antiga das Cidades Livres. Foi a primeira colônia do Domínio Valiriano, já existindo à época da expansão valiriana em torno do Roine. Durante o Século de Sangue após a Perdição de Valíria, eles se consideravam os herdeiros do Domínio e governantes legítimos do mundo.[5]
Ocorreu uma cisão entre a elite da cidade sobre como alcançar essa pretensão. Os tigres defendiam que seria por meio da guerra, e os elefantes advogavam pelo comércio. Os tigres predominaram durante um século, e sua frota dominou Lys enquanto seu exército capturava Myr.[5]
Eles tentaram convencer Aegon, o Conquistador a ajudá-los em sua reconquista do Domínio, mas ele se negou. Diante disso, os volantinos tentaram engolir Tyrosh por conta própria. No entanto, Pentos e o Rei da Tempestade westerosi entraram em guerra ao lado de Tyrosh. Bravos emprestou uma centena de navios de guerra aos exilados lisenos e a própria Lys e Myr eclodiram em rebelião. Montado em Balerion, Aegon voou de Pedra do Dragão para intimidar os volantinos.[5]
A guerra varreu as Terras Disputadas, e Lys e Myr se tornaram independentes de novo. Ao mesmo tempo, a frota volantina que havia sido mandada para recapturar Valíria desapareceu no Mar Fumegante. Qohor e Norvos quebraram o poderio de Volantis no Alto Roine. Os dothraki vieram do leste, espalhando destruição. Nessa hora, o partido dos elefantes ergueu-se e tomou o controle do governo, o que permanece desde então. Durante os últimos três séculos, pelo menos dois dos três triarcas tem sido elefantes.[5]
Foi em Volantis que o Príncipe Doran Martell conheceu sua futura esposa, Mellario de Norvos.
A viagem de Tyrion por Volantis, do portão meridional até a Grande Ponte
Depois de capturar Tyrion num bordel de Selhorys, Sor Jorah Mormont se dirigiu para Volantis, com a intenção de conseguir uma passagem para Meereen.
Tyrion analisa uma boa parte da cidade durante o capítulo. O dia da chegada deles é o terceiro dia das eleições volantinas. O crepúsculo está caindo. Tyrion e seu captor, Sor Jorah, entram na cidade pelo portão norte, passando por baixo das maciças paredes da cidade.
Dentro da cidade, eles passaram por guildas, mercados e casas de banho. Fontes jorravam e cantavam no centro de amplas praças onde homens jogadam cyvasse em mesas de pedra e bebiam taças de vinho enquanto escravos acendiam lanternas ornamentadas para manter a escuridão na baía. Palmeiras e cedros cresciam ao longo da estrada empedrada, e monumentos erguiam-se em todas as encruzilhadas. O anão reparou que a muitas das estátuas faltavam cabeças, mas mesmo sem cabeças ainda conseguiam parecer imponentes no ocaso purpúreo.
Carregado por Sor Jorah em direção ao sul, ao longo do rio, as lojas foram-se tornando menores e pobres, e as árvores ao longo da rua transformaram-se numa fileira de tocos. O empedrado cedeu lugar a relva sob os cascos do cavalo, e depois a lama mole e úmida da cor dos dejetos de um bebê. As pequenas pontes sobre os riachos que alimentavam o Roine rangiam de forma alarmante sob o peso deles.
Onde um forte um dia dominara o rio encontrava-se agora um portão quebrado, escancarado como a boca desdentada de um velho. Vislumbravam-se cabras espreitando por cima dos baluartes.
Tyrion se lembra do que sabe sobre a Velha Volantis, revelando que é uma cidade decadente:
“ | Velha Volantis, primeira filha de Valíria. Orgulhosa Volantis, rainha do Roine e senhora do Mar do Verão, lar de nobres senhores e adoráveis senhoras do mais antigo dos sangues. | ” |
E não importava as matilhas de crianças nuas que corriam as vielas gritando em vozes estridentes, ou os espadachins à porta das tabernas afagando os cabos das espadas, ou os escravos de costas dobradas e caras tatuadas que corriam por todo o lado como baratas
“ | Poderosa Volantis, a mais grandiosa e populosa das Nove Cidades Livres. | ” |
Antigas guerras tinham despovoado boa parte da cidade, porém, e grandes áreas de Volantis tinham começado a afundar-se de novo na lama sobre a qual se erguiam.
“ | Bela Volantis, cidade de fontanários e flores." | ” |
Mas metade dos fontanários estavam secos, metade das piscinas estavam estaladas e estagnadas. Trepadeiras em flor projetavam gavinhas de cada rachadura nas paredes ou pavimentos, e jovens árvores tinham criado raízes nas paredes de lojas abandonadas ou de templos sem telhados.
E então Tyrion comenta sobre o cheiro. Pairava no ar quente e úmido, forte, fétido, penetrante. Há nele peixe e flores, e também alguma bosta de elefante. Algo doce e algo terroso e algo morto e podre.
Ele comenta com Sor Jorah:
“ | Essa cidade cheira como uma puta velha... Algo como uma mulher desleixada e flácida que encharcou suas partes íntimas em perfume para disfarçar o fedor entre as pernas. | ” |
Mais para sul, sinais de prosperidade começaram a reaparecer. Edifícios abandonados foram vistos com menos frequência, as crianças nuas desapareceram, os espadachins nas entradas pareceram estar vestidos de forma mais suntuosa. Algumas das tabernas por que passaram chegaram mesmo a parecer lugares onde um homem poderia dormir sem medo de que lhe cortassem a goela. Lanternas balançavam de espeques de ferro ao longo da estrada do rio, oscilando quando o vento soprava. As ruas tornaram-se mais largas, os edifícios mais imponentes. Alguns estavam coroados por grandes cúpulas de vidro colorido. No ocaso que se aprofundava, com fogueiras acesas por baixo, as cúpulas brilhavam azuis, vermelhas, verdes e purpúras.
Mesmo assim, algo no ar deixava Tyrion inquieto. A oeste do Roine, bem o sabia, os cais de Volantis estavam repletos de marinheiros, escravos e mercadores, e todas as tabernas, estalagens e bordéis os serviam. A leste do rio, forasteiros vindos do ultramar eram vistos com menos frequência. Não nos querem aqui, compreendeu o anão.
Como se aproximavam das muralhas negras e dos distritos lotados perto da Grande Ponte, eles veem uma dúzia de elefantes. Maneiram o passo, já que a estrada do rio tinha um tráfego pesado, quase tudo flundo para o sul. Tyrion olhou a multidão, reparou que nove entre cada dez homens tinham tatuagens de escravos no rosto. Os escravos estavam indo ouvir Benerro falar.
Três quarteirões mais à frente, a rua, à frente deles, abriu-se numa enorme praça iluminada por archotes, e ali estava o templo. Tyrion se espantou ao ver que o templo do Senhor da Luz era três vezes maior do que o Grande Septo de Baelor. Ali, Jorah atravessou a multidão e levou Tyrion a um estábulo para vender o cavalo. Depois, ele colocou Tyrion em correntes.
O resto da viagem eles fizeram a pé, até a Casa do Mercador.
Eventos Recentes
A Dança dos Dragões
A Companhia Dourada cancelou seu contrato com Myr e estava marchando em direção a Volantis. Quentyn Martell e seus dois companheiros que restavam ficaram por um período na cidade em busca de um navio que os levasse até Meereen, mas não tiveram sucesso. Eles decidiram entrar para os Soprados pelo Vento, que recrutavam homens na cidade, com a intenção de obter passagem para a Baía dos Escravos.
Qavo Nogarys disse a Tyrion que Benerro pregava que Volantis certamente iria queimar se os triarcas pegassem em armas contra a rainha prateada. Ele disse que a cidade tinha sede de guerra.
Sor Jorah Mormont capturou Tyrion Lannister, fez dele seu prisioneiro, e o levou para Volantis. No caminho para a Casa do Mercador, eles passaram pelo Templo Vermelho e pararam para assistir a pregação de Benerro, que dizia que Daenerys Targaryen era o herói de uma antiga profecia, encorajando os fiéis a apoiá-la.
No dia seguinte, Sor Jorah levou Tyrion para a Viúva do Cais, tentando obter a ajuda da mulher para chegar na Baía dos Escravos. Enquanto estavam lá, Merreca atacou Tyrion, culpando-o pelo assassinato de seu irmão Oppo. A Viúva conseguiu passagem para Jorah, Tyrion e Merreca no Selaesori Qhoran, um navio que o sacerdote vermelho Moqorro embarcaria rumo à Meereen.
Ao parar em Volantis, Victarion Greyjoy viu galés sendo abastecidas com provisões. Toda a cidade parecia bêbada. Marinheiros, soldados e latoeiros haviam sido visto dançando nas ruas com nobres e mercadores gordos, e em cada taberna e estalagem brindes eram feitos para os novos triarcas. As conversas convergiam para todo o ouro, pedras preciosas e escravos que inundariam Volantis uma vez que a rainha dragão morresse.
Victarion pensou consigo mesmo que as tempestades que atingiram a Frota de Ferro também deveriam ter atingido os volantinos, talvez atrasando ou afundando muitos de seus navios de guerra. Mas não todos: muitos podiam muito bem estar contornando Valíria. Eles deviam estar correndo para o norte em direção a Meereen e Yunkai, grandes dromones de guerra cheios de soldados escravos. Victarion calculou que, se o Deus das Tempestade os poupou, trezentos navios estariam no Golfo da Mágoa. Talvez quinhentos.
Depois, em Meereen, o Cabeça-Raspada disse a Sor Barristan Selmy que Volantis lançou sua frota de guerra contra Daenerys Targaryen, e que Hizdahr pretende abrir os portões de Meereen para eles.
Galeria
Citações
Referências
- ↑ O Festim dos Corvos, Capítulo 34, Gata dos Canais.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 2, Daenerys.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 25, O Soprado pelo Vento.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 14, Tyrion.
- ↑ 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 O Mundo de Gelo e Fogo, Além do Reino do Pôr do Sol: As Cidades Livres, Volantis.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 5, Tyrion.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 27, Tyrion.