Primeira Rebelião Blackfyre
Rebelião Blackfyre Parte de(a) Pretendentes Blackfyre | |||||||||
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por Drawslave © | |||||||||
Data | 196 d.C. | ||||||||
Local | Terras Ocidentais, Terras Fluviais e Campina | ||||||||
Batalhas | Batalha do Campo do Capim Vermelho | ||||||||
Resultado | Vitória Targaryen | ||||||||
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A Primeira Rebelião Blackfyre foi uma guerra dinástica travada entre as forças leais ao Rei Daeron II Targaryen e os exércitos rebeldes de seu meio-irmão, Daemon Blackfyre. O conflito surgiu quando Daemon, um filho bastardo do falecido Rei Aegon IV Targaryen, reivindicou o trono de seu irmão mais velho e legítimo, o Rei Daeron II, o que resultou em uma guerra civil aberta que dividiu os Sete Reinos.
Antecedentes
Quando o rei Baelor I Targaryen fez paz com Dorne, ele retornou para Porto Real e anulou seu casamento com sua irmã, Daena. Ele então trancou suas três irmãs, Daena, Rhaena e Elaena na Arcada das Donzelas, para que elas não pudessem tenta-lo com a luxúria. Contudo, Daena conseguia fugir ocasionalmente e perto do fim do reinado do irmão ela engravidou do seu primo, o príncipe Aegon.[1] Em 170 d.C., ela deu a luz a um menino, o bastardo Daemon Waters.[1][2] Daena se recusava a revelar a identidade do pai da criança, apesar de muitos suspeitarem que fosse Aegon.[2] Baelor I, em resposta ao nascimento do bastardo, começou um jejum de quarenta dias, que eventualmente causou sua morte em 171 d.C..[1] Viserys II Targaryen, tio de Daena, sucedeu Baelor I como rei. Viserys, que já era velho, governou por apenas um ano até que veio a falecer. Foi sucedido então no trono de ferro por seu filho Aegon IV, pai de Daemon Waters.[3]
Além do filho bastardo que tinha com Daena, o rei Aegon IV já tinha um filho legítimo, Daeron, com sua esposa Naerys, nascido em 153 d.C., e uma filha, Daenerys, nascida em 172 d.C.. Daeron e Aegon batiam muito de frente em várias questões durante o seu reinado, com o jovem Daeron se opondo as ideias e a corrupção que se alastravam na corte de seu pai. Aegon, por outro lado, desprezava sua irmã-esposa e seu irmão mais novo, Aemon, o Cavaleiro do Dragão, os dois com os quais o príncipe Daeron era bem próximo. Quando Aegon IV, em 174 d.C., começou a planejar um ataque não provocado contra Dorne, a terra natal de sua nora, Mariah Martell, Daeron se opôs piamente a ideia. Nesse meio tempo, rumores começaram a circular, instigados pelo próprio rei Aegon IV, de que talvez Daeron fosse um bastardo, nascido de adultério entre sua esposa Naerys e seu irmão Aemon. Aegon começou então a ameaçar nomear um dos seus bastardos (Daemon, Aegor Rivers ou Balerion Otherys) como seu sucessor ao invés de Daeron, o filho legítimo.[2] Apesar de todas essas ameaças, rumores e provocações, Daeron nunca foi formalmente repudiado ou tirado da linha de sucessão. Enquanto isso, duas facções começaram a se formar na corte real, uma apoiando o corrupto rei Aegon IV, e outra apoiando o intelectual príncipe Daeron.[2]
Em 182 d.C., o rei Aegon IV tornou cavaleiro seu filho bastardo mais velho, Daemon Waters, após o garoto ter vencido um torneio com a idade de apenas doze anos. Ele então publicamente outorgou a espada de aço valiriano ancestral da Casa Targaryen, a Blackfyre, para Daemon,[2] finalmente o reconhecendo como filho.[4] Para muitos, a espada, portada pelos reis de Westeros desde Aegon o Conquistador, simbolizava a monarquia.[5] Portanto, o fato de Aegon IV ter presenteado a famosa espada para Daemon, fez com que muitos acreditassem que aquilo expressava o desejo do rei de fazer do seu bastardo o seu sucessor.[6] Após este acontecimento, Daemon tomou para si o sobrenome "Blackfyre".[2]
No começo de 184 d.C., em seu leito de morte, o rei Aegon IV legitimou todos os seus filhos bastardos. Apesar da questão da espada de sucessão e do favoritismo por Daemon por parte da corte real, Daeron II ascendeu ao Trono de Ferro como Senhor dos Sete Reinos. O novo rei tentou cultivar uma boa relação com os seus irmãos bastardos de nascimento nobre, conhecidos como "Grandes Bastardos". Ele pagou o dote prometido por seu pai para o Arconte de Tyrosh, vendo o casamento do seu meio-irmão Daemon com Rohanne, como era o desejo do falecido rei Aegon IV.[7]
Daeron era um homem culto e estudado, e trabalhou duro para limpar a corte da corrupção de Aegon IV, tirando várias pessoas duvidosas de posições de poder. Daeron colocou no lugar deles homens capacitados e leais a ele. Logo em seguida, começou negociações com seu sogro, Maron Martell, o Príncipe de Dorne, que terminou no casamento de Maron com a irmã mais nova de Daeron II, a princesa Daenerys, em 187 d.C., o que formalmente acertou a entrada de Dorne nos Sete Reinos, unificando finalmente toda a Westeros sob o domínio do Trono de Ferro.[7] Contudo, insatisfação começou a crescer pelo fato de Dorne ter ganho várias concessões da Coroa durante as negociações entre Daeron II e Maron, liberdades que os outros territórios não tinham (como o direito do líder de Dorne poder manter o título de 'Príncipe', autonomia para fazer suas próprias leis e liberdade para coletar os impostos da forma como quisessem). Além disso, alguns acreditavam que os dorneses tinham muita influência e poder na corte, com vários dos seus costumes estranhos sendo adotados pelo gabinete de governo do rei Daeron vindo dos nobres de Dorne que ele trouxe para a capital. Muitos dorneses ocuparam cargos importantes na corte real.[7] Embora Daeron II estivesse firme com a coroa, os rumores sobre sua legitimidade continuaram. O rei era um intelectual e não um guerreiro. Já seu filho mais velho, o príncipe Baelor Targaryen, nascido de sua esposa dornesa, Mariah Martell, era habilidoso com a espada mas ele tinha os traços físicos de um Martell (como a cor do cabelo), enquanto Daemon Blackfyre parecia de fato um Targaryen (com os longos cabelos prateados, por exemplo). Muitos nobres e cavaleiros da região da Marca de Dorne começaram a nutrir desconfiança de Daeron e Baelor, e começaram a desejar a volta dos dias em que os dorneses ainda eram inimigos da Coroa.[7]
Enquanto isso, Daemon Blackfyre já era conhecido por todos os Sete Reinos como um grande guerreiro, treinado em armas por Sor Quentyn Ball,[8] e muitos o comparavam com Aegon o Conquistador em aparência, com cabelo dourado-prateado e olhos violetas.[4] Casado com Rohanne de Tyrosh em 184 d.C., seus dois filhos gêmeos, Aegon e Aemon, nasceram naquele mesmo ano. Ele teve outros cinco filhos e duas filhas nos anos seguintes.[8][9] Os apoiadores de Daemon afirmavam que ele tinha interesse em sua meia-irmã, a princesa Daenerys, e cantores afirmavam que ele era apaixonado por ela. É dito que Aegon IV, que esperava fazer negócios lucrativos com Tyrosh, havia prometido que ele poderia ter mais de uma esposa, além de Rohanne. Daeron, contudo, não concordava com isso. Não se sabe se Daenerys amava Daemon também, embora os apoiadores Blackfyre dissessem que sim.[7]
As concessões feitas aos dorneses, além da nova e crescente influência deles na corte, a mudança repentina dos status de Dorne de inimigos para amigos da Coroa, além dos rumores da ilegitimidade de Daeron, e o fato de que o rei Aegon IV havia publicamente dado a espada dos reis para Daemon, fez com que as sementes da rebelião começassem a germinar pelo reino. Nobres, senhores e cavaleiros começaram a se dividir entre aqueles que apoiavam Daeron II e outros que achavam que talvez Daemon Blackfyre deveria ter ascendido ao trono.[7]
Guerra
Rebelião aberta
Após mais de uma década de tensão crescente, a guerra aberta eclodiu em 196 d.C.. O estopim foi o ódio de Daemon Blackfyre quando Daeron entregou sua irmã, Daenerys, ao Príncipe Maron Martell de Dorne. No entanto, Daemon se rebelou depois de tanto tempo após a morte de Aegon IV por várias razões. Uma delas era seu ódio crescente por seu status de bastardo, e o que isso significava. Ainda havia seus conselheiros que o incitaram à rebelião, como Aegor Rivers, e outros senhores descontentes com o reinado de Daeron.[7]
Quando notícias chegaram ao Trono de Ferro que Daemon I pretendia reivindicar seu direito a coroa, o Rei Daeron II decidiu enviar a Guarda Real para prendê-lo, mas Daemon escapou com a ajuda de Sor Quentyn Ball, o mestre de armas da Fortaleza Vermelha.[7]
Daemon Blackfyre reúne um exército contra o Rei Daeron II
Foi dito que metade das casas dos Sete Reinos declararam por Daemon, mas seu apoio veio principalmente da Campina e os Blackfyres começaram a reunir um exército contra o rei no Trono de Ferro. Daemon também conseguiu o apoio de seu meio-irmão Aegor Rivers, dito "Açamargo", um dos Grandes Bastardos.[8]
A maioria das grandes Casas (como os Lannister, Tyrell, Tully e Arryn) mantiveram-se fiéis aos Targaryen.[8] Brynden Rivers, o "Corvo de Sangue", um outro Grande Bastardo, permaneceu leal ao rei. No pequeno conselho, Corvo de Sangue defendeu a linha dura contra os rebeldes, vencendo a política conciliatória do Príncipe Baelor Quebralanças. Enquanto isso, Daemon ergueu sua bandeira, mantendo o símbolo da Casa Targaryen, mas invertendo as cores para um dragão negro num campo vermelho, que levou ao seu apelido de "dragão negro" (e o rei Daeron ficou conhecido na época como "dragão vermelho")[9] e ele também passou a cunhar sua própria moeda.[8]
Durante a guerra, o rei Daeron II passou a considerar sua Mão do Rei, o Lorde Ambrose Butterwell, como ineficiente, e no final, a lealdade de Butterwelll foi questionada. Pouco antes da batalha no Campo de Capim Vermelho, o último grande combate da guerra, Butterwell foi substituído por Lorde Hayford, um notório lealista.[8][9][7]
Eclosão das batalhas
Sor Quentyn Ball, o Bola de Fogo, atacou as Terras Ocidentais, matando Lorde Lefford nos portões de Lannisporto e em seguida derrotou Lorde Damon Lannister. Ao cruzar o rio Vago, Sor Quentyn matou todos os filhos da Senhora Penrose com exceção do mais novo, a quem poupou para agradar a senhora. Ele foi assassinado por um arqueiro na véspera da Batalha do Campo do Capim Vermelho.[7]
Batalhas também irromperam na Campina, onde o Lorde Leo Tyrell derrotou um punhado de nobres que apoiavam os Blackfyre. Alguns combates ainda aconteceram no Vale e nas Terras Fluviais, com resultados majoritariamente favoráveis aos lealistas Targaryen.[7]
A Batalha do Campo do Capim Vermelho em 196 d.C.
Finalmente, na Batalha do Campo do Capim Vermelho, Açamargo e Daemon Blackfyre lideraram um grande exército contra as forças lealistas sob comandado do Príncipe Maekar Targaryen e Lorde Hayford, a Mão do Rei. A luta foi sangrenta, e Hayford foi morto.[7]
Durante a batalha, Daemon enfrentou Sor Gwayne Corbray da Guarda Real, cruzando a espada Blackfyre contra a lâmina também de aço valiriano do cavaleiro, a Senhora Desespero. O duelo dos dois durou aproximadamente uma hora e a Blackfyre venceu. No entanto, outro exército lealista estava se aproximando do sul liderado pelo Príncipe Baelor.[9]
Mais crítica foi a intervenção de Corvo de Sangue e seus arqueiros, os Dentes de Corvo, que assumiram uma posição elevada em Monte Choroso, de onde puderam chover flechas contra Daemon Blackfyre e seus dois filhos gêmeos, Aegon e Aemon Blackfyre, matando-os.[9][7]
Os rebeldes começaram a quebrar, mas Açamargo transformou a retirada numa investida, liderando um ataque que dizimou os Dentes de Corvo e retirou um dos olhos de Corvo de Sangue no processo. No entanto, os lanceiros dorneses ganharam o campo de batalha e empurraram o exército rebelde contra a muralha de escudos de Maekar.[7]
Sabe-se que morreram mais de dez mil homens na batalha, conferindo ao lugar o nome de Campo do Capim Vermelho. Com Daemon morto e suas forças derrotadas, a rebelião terminou.[7]
Desfecho
Açoamargo conseguiu recuperar a espada Blackfyre, levando-a para o exílio com os filhos de Daemon. Tentando manter reunidos os apoiadores da Casa Blackfyre, ele fundou a Companhia Dourada.[8][9] Enquanto isso, nos Sete Reinos, vários senhores e cavaleiros que apoiaram os rebeldes foram duramente punidos. Muitos perderam terras, riquezas e títulos, tendo também que enviar reféns para garantir sua fidelidade. Animosidades entre os nobres continuaram por anos, com a pergunta "você apoiava o dragão negro ou o vermelho" sendo um questionamento perigoso que muitos se recusavam a responder.[8][9] Após o conflito, o reino foi afetado por uma grande praga, que deixou milhares de mortos. Muitos ainda se ressentiam com o Trono de Ferro e isso possibilitou a eclosão de uma nova conspiração pouco mais de uma década mais tarde.[7][10]
Houve ainda mais Rebeliões Blackfyre nas décadas seguintes. A última ocorreu no reinado de Jaehaerys II: a Guerra dos Reis de Nove Moedas (260 d.C.). Nela, Maelys Blackfyre foi derrotado, encerrando a linhagem masculina da Casa Blackfyre.[8][10][11][12][13]
As Casas e suas alianças
Lealistas (apoiadores Targaryen)
Rebeldes (apoiadores Blackfyre)
- Casa Costayne
- Casa Bracken
- Casa Lothston, que voltaram para o lado dos Targaryen antes da Batalha do Campo do Capim Vermelho
- Casa Reyne
- Casa Shawney
Veja também
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Baelor I.
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Aegon IV.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Viserys II.
- ↑ 4,0 4,1 So Spake Martin: The Great Bastards (26 de dezembro de 2005)
- ↑ So Spake Martin: SF, Targaryens, Valyria, Sansa, Martells, and More (26 de junho de 2001)
- ↑ So Spake Martin: Targaryen History (20 de abril de 2008)
- ↑ 7,00 7,01 7,02 7,03 7,04 7,05 7,06 7,07 7,08 7,09 7,10 7,11 7,12 7,13 7,14 7,15 O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Daeron II.
- ↑ 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8 O Cavaleiro dos Sete Reinos, O Cavaleiro Misterioso.
- ↑ 9,0 9,1 9,2 9,3 9,4 9,5 9,6 O Cavaleiro dos Sete Reinos, A Espada Juramentada.
- ↑ 10,0 10,1 O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Aerys I.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Aegon V.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Jaehaerys II.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 5, Tyrion.
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