O navio é uma grande embarcação geralmente dotada de um ou mais conveses. São artefatos construídos por um seres humanos, capazes de flutuar e se deslocar sobre a água, envolvendo vários princípios da física e da geometria.
Vários povos do mundo conhecido de As Crônicas de Gelo e Fogo utilizam navios e barcos para fins comerciais e militares. Um navio de guerra, por definição, é qualquer tipo de embarcação, fluvial ou marítima, que possa ser utilizada em combate.
Entre as grandes forças de navios de Westeros estão as frotas dos Greyjoy, dos Redwynes e do Trono de Ferro.
Frotas notórias
Westeros
Entre as grandes forças de navios de Westeros estão as frotas dos Greyjoy (dos nascidos do ferro), dos Redwynes (baseada na Árvore) e do Trono de Ferro de Porto Real.[1] O Norte não tem uma força naval significativa desde que o rei Brandon o Incendiário queimou a frota do seu pai séculos atrás.[2]
No restante dos Sete Reinos, lordes cujo as terras tem acesso ao mar ou a grandes rios costumam manter navios de guerra em pequenas quantidades para proteção (especialmente contra investidas de piratas), mas apenas as Grandes Casas costumam manter um poderio naval significativo, como os Lannisters que possuem ao menos vinte embarcações disponíveis para defesa. Geralmente, quando a necessidade pede, lordes contam com navios de seus vassalos para fazer guerra, recorrendo a navios de guerra já preparados para a função de lutar ou requisitando embarcações não militares.[1]
Historicamente, a Frota Velaryon costumava formar o grosso da Frota Real e era o principal braço marítimo do Rei no Trono de Ferro. Porém, com o poder dos Velaryon declinando com o passar do tempo, a Coroa passou a manter uma frota permanente ancorada em Porto Real, mas a quantidade de navios ainda era pequena, dependendo de seus vassalos nas Terras da Coroa para proteção adicional.[3]
Nas Ilhas de Ferro, praticamente todas as casas nobres mantém navios de guerra para serviço, geralmente os chamados dracares ("navios longos"). Os Greyjoys comandam a Frota de Ferro, a maior e mais poderosa armada das ilhas. O dracar dos nascidos do ferro, contudo, não foi desenhado para combate naval direto com outras embarcações maiores (como galés, dromones, cocas e carracas), sendo sua principal função o saque, contando com sua manobrabilidade, versatilidade e velocidade, podendo atuar tanto no mar quanto em rios.[4]
Os Tyrells possuem poucos navios de guerra a disposição e dependem enormemente das frotas dos seus vassalos para defender suas regiões costeiras. Para proteger a entrada do grande rio Vago, os Tyrells contam com o poderio naval dos lordes das Ilhas Escudo. Já a Casa Hightower também não está em uma situação muito diferente, contando com alguns bons navios de guerra, já que boa parte de sua frota em Vilavelha é formada por navios de comércio.[1]
Essos
Em Qarth, na parte central do continente de Essos, os Treze afirmam manter uma frota de mil navios, com a Antiga Guilda das Especiarias mantendo pelo menos 1 200 navios a disposição e a Irmandade Turmalina tem 800 embarcações.[5] Não se sabe se essas armadas são formadas apenas por navios de guerra, de diferentes tamanhos e utilidades, ou se também incluem embarcações de comércio.
Em Braavos, o Senhor do Mar comanda uma poderosa frota de guerra e uma grande frota mercantil, com as velas roxas bravosis podendo ser avistadas velejando por todo o mundo conhecido.[6] É dito que a fortaleza de Arsenal, de Braavos, pode construir até uma galé de guerra por dia.[7]
Uso em guerra
Os navios são usados em pequenas escaramuças, incursões e combates navais em grande escala, como nas batalhas de Ilha Bela e da Goela. Lordes cujo as terras possuem acesso ao mar ou a grandes rios costumam manter navios de guerra prontos para defender suas terras e costas contra piratas. Embarcações, de diferentes tipos e tamanhos, não só servem para atacar navios inimigos, mas também para dar apoio, transportando tropas e suprimentos.[8]
A tática básica das batalhas navais é chegar perto o suficiente do navio adversário e bater nele e então mandar homens para abordá-lo, preferencialmente tomando-o para uso futuro ou o inutilizando. Quando próximos, as tripulações dos navios vão se combater com arcos longos e balestras. Os navios maiores, como as galés, podem carregar armas de cerco para combate, como escorpiões e pequenas catapultas.
- Dracares da Frota de Ferro são navios utilizados para incursões rápidas. Eles podem viajar duas vezes mais rápido que uma coca mercante[9]. Os navios da Frota de Ferro costumam ser maiores que as demais embarcações de guerra das outras ilhas.[10] Em combate com outros navios, os nascidos do ferro costumam jogar seus dracares sobre o inimigo e então abordar o navio inimigo. Seus marinheiros são bons remadores e guerreiros e costumam usar armadura, incomum em alto-mar, dando-lhes vantagem quando abordam navios alheios.
- Galés de guerra e dromones são alguns dos maiores e mais poderosos navios usados em guerra no mundo conhecido, com uma grande tripulação e podendo usar, além de armas tradicionais, equipamentos de cerco (como catapultas, escorpiões e balistas) montados nos seus conveses. Em combate naval, costumam se jogar contra o navio inimigo para aborda-lo ou causar dano o suficiente para afunda-lo. George R. R. Martin comparou os navios de guerra das grandes casas com as frotas veneziana e bizantina, que contavam com poderosos dromones de guerra.[4] Uma galé westerosi padrão conta com mais de cem remadores, com as maiores embarcações contendo um deque a mais para mais cem remadores. Os navios de guerra de Myr não costumam ter mais que oitenta remadores. Quando abordam navios adversários, os remadores se equipam com as armas que tem disponíveis, como machados e espadas curtos, com uma pequena parcela da tripulação sendo de fato soldados com armaduras apropriadas para combate corpo a corpo.[10] Como Martin compara as frotas navais do mundo conhecido com as marinhas de Veneza e dos Bizantinos, assume-se que cada navio de guerra em O Mundo de Gelo e Fogo deve ter em torno de 35 soldados de infantaria leve, artilheiros e arqueiros para cada cem remadores.[11]
Tipos de embarcação
- Galés são embarcações impulsionadas por vela ou remo e são usadas para guerra, comércio e pirataria. Devido à sua configuração baixa, eles são principalmente navios costeiros, preferíveis para atravessar arquipélagos em vez de arriscar até mesmo um mar moderado. Sua grande tripulação de remadores torna as galés manobráveis e rápidas, mas também exigem paradas frequentes para comida e água. A galé tem velas suplementares para substituir ou aumentar o esforço dos remadores, particularmente em viagens longas. A capacidade de viajar rapidamente sem levar em conta a direção ou força do vento se torna inestimável para expedições à luz do dia em águas abertas. No mundo real, o limite superior prático para uma galera rápida e manobrável o suficiente para a guerra era de cerca de 25 a 30 remos por lado. Adicionando outro nível de remos, a galé poderia ser encurtada com o mesmo número de remadores, tornando-os fortes o suficiente para serem armas eficazes de impacto. Os navios-almirante das frotas da Casa Hightower (o Honra de Vilavelha) e da Frota Real (o Martelo do Rei Robert), são as duas maiores galés conhecidas de Westeros.
- Dracares (ou "navios longos") são um tipo de navio, menor que as galés do continente, utilizados pelos nascidos do ferro e por alguns lordes costeiros[12] e os ândalos da antiguidade.[13] Eles são compridos, estreitos, leves e versáteis com um calado baixo feito para velocidade. O calado raso do navio permite a navegação em águas com apenas um metro de profundidade e permite desembarques em praias, enquanto seu peso leve permite que ele seja transportado por terra. Dracares tem pontas duplas, com a proa e popa simétricas, permitindo que o navio inverta a direção rapidamente sem ter que virar. Esta característica é particularmente útil nas latitudes do norte, onde icebergs e gelo marinho representam riscos à navegação. Dracares possuem remos por toda a extensão do barco. Versões posteriores contém uma vela retangular em um único mastro, que é usada para substituir ou aumentar o esforço dos remadores, particularmente em viagens longas. George R. R. Martin comparou tais navios dos nascidos do ferro aos barcos vikings.[4]
- Cocas são movidos principalmente por velas, o que as torna difíceis de navegar, especialmente contra o vendo, e elas acabam reféns de brisas e correntes de uma forma que as galés não são. Contudo, são melhores de lidar em condições adversas (como tempestades) e com uma tripulação menor e mais capacidade de carga dá mais liberdade de movimento, fazendo deste tipo de navio perfeito para transporte e comércio.
- Carracas são embarcações grandes feitas para navegar exclusivamente em mar aberto. Elas são grandes e estáveis e tem a capacidade de carregar muitos suprimentos, especialmente para viagens longas.
- Navios Cisne, chamados assim nos Sete Reinos devido a suas grandes velas brancas e figuras de proa que muitas vezes são esculpidas na forma de pássaros, são embarcações grandes feitas especialmente para navegar no mar aberto e são construídos principalmente nas Ilhas do Verão. Com bons ventos, são mais rápidos que galés. Contudo, eles ficam desamparados quando em calmaria no mar. Eles têm mastros e castelos de proa altos.[14] Os nativos das Ilhas do Verão não tem navios de guerra e preferem focar no comércio e exploração do que conquista, embora seus navios cisne sejam capazes de se defender.[15]
- Baleeiros navios gordos, de Ibben, com cascos pretos com alcatrão, utilizados para caçar e processar baleias no Mar Tremente. Navios ibbeneses, embora desajeitados e fedorentos, são renomados por sua força, já que são construídos para aguentar tempestades e lidar com a fúria de uma baleia durante a caça.[16]
Barcos
- Galés de rios são barcos de calado raso[17] usados para patrulha e defesa de rios como o Ramo Vermelho,[18] o Tridente,[17] o Roine,[19] e o Noine.[20] Alguns podem levar dezoito remadores e mais lutadores.[18]
- Corredores de rio são barcos longos e magros usados para navegar em rios, como a Torrente da Água Negra[21] e o Faca Branca.[22]
- Barcaças são usados para transportar passageiros através de corpos d'água, como a Torrente da Água Negra[21][23] e o Tridente.[24] Balsas também são usadas para transporte em rios, como a Torrente da Água Negra.[25]
- Barcas são utilizados para transporte de bens como grãos[18][26] e madeira,[27] ou até soldados e equipamentos.[28][29] Barcaças de prazer opulentas e ornamentadas são populares entre os ricos.[21][30][31][32] Grupos de pantomimeiros usam barcaças pintadas com cores alegres.[33]
- Barcos serpentes são são barcaças longas utilizadas para atravessar os canais de Braavos. Eles têm a forma de serpentes d'água e têm cabeças pintadas e caudas erguidas.[7]
- Barcos órfãos são barcaças esculpidas e pintadas que abrigam os Órfãos do Sangueverde.[35]
Eventos Recentes
A Fúria dos Reis
No começo da Guerra dos Cinco Reis, a Frota Real se divide em seu apoio aos reis Joffrey I Baratheon, em Porto Real, e Stannis Baratheon de Pedra do Dragão. Stannis recebe o apoio também de boa parte das casas nobres nas ilhas próximas a Terra da Coroa, como a Frota Velaryon. As marinhas de ambos os reis sofrem pesadas perdas na Batalha da Água Negra.[25]
Victarion Greyjoy lidera a Frota de Ferro na tomada de Fosso Cailin.[36][37]
O Festim dos Corvos
Euron Greyjoy lidera a Frota de Ferro e os navios dos demais nascidos do ferro para tomar as Ilhas Escudo.[10]
A Frota Redwyne apoia as forças do Trono de Ferro no Cerco de Pedra do Dragão.[38]
A Dança dos Dragões
Victarion lidera a Frota de Ferro numa missão até a Baía dos Escravos.[39][40]
A Frota Redwyne navega de volta para a Campina para defender a região dos ataques dos nascidos do ferro.[41]
Davos Seaworth avista pelo menos 23 galés de guerra em Porto Branco,[22] enquanto Wyman Manderly afirma ter mais escondidos no Faca Branca.[42]
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 So Spake Martin: The Lannister fleet (26 de setembro de 1999)
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 16, Bran.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Jaehaerys I.
- ↑ 4,0 4,1 4,2 So Spake Martin: Re: Greyjoy fleet (9 de fevereiro de 1999)
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 63, Daenerys.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Além do Reino do Pôr do Sol: As Cidades Livres, Braavos.
- ↑ 7,0 7,1 O Festim dos Corvos, Capítulo 6, Arya.
- ↑ Como referência: Guerra naval. Página acessada em 15 de setembro de 2020.
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 11, Theon.
- ↑ 10,0 10,1 10,2 O Festim dos Corvos, Capítulo 29, O Pirata.
- ↑ Medieval Ships. Naval Encyclopedia.
- ↑ A Tormenta de Espadas, Capítulo 45, Catelyn.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Os Sete Reinos: As Terras Fluviais.
- ↑ O Festim dos Corvos, Capítulo 35, Samwell.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Além do Reino do Pôr do Sol: Além das Cidades Livres, As Ilhas do Verão.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Além do Reino do Pôr do Sol: Além das Cidades Livres, Ib.
- ↑ 17,0 17,1 A Tormenta de Espadas, Capítulo 74, Arya.
- ↑ 18,0 18,1 18,2 A Tormenta de Espadas, Capítulo 1, Jaime.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 22, Tyrion.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Além do Reino do Pôr do Sol: As Cidades Livres, Norvos.
- ↑ 21,0 21,1 21,2 A Guerra dos Tronos, Capítulo 18, Catelyn.
- ↑ 22,0 22,1 A Dança dos Dragões, Capítulo 15, Davos.
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 52, Sansa.
- ↑ A Tormenta de Espadas, Capítulo 47, Arya.
- ↑ 25,0 25,1 25,2 A Fúria dos Reis, Capítulo 58, Davos.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 23, Daenerys.
- ↑ O Festim dos Corvos, Capítulo 26, Samwell.
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 56, Theon.
- ↑ A Tormenta de Espadas, Capítulo 14, Catelyn.
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 48, Daenerys.
- ↑ O Festim dos Corvos, Capítulo 34, Gata dos Canais.
- ↑ Fogo & Sangue, A Primavera Lysena e o fim da regência.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 24, O Senhor Perdido.
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 10, Davos.
- ↑ O Festim dos Corvos, Capítulo 21, A Fazedora de Rainhas.
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 24, Theon.
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 69, Bran.
- ↑ O Festim dos Corvos, Capítulo 32, Cersei.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 56, O Pretendente de Ferro.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 63, Victarion.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 44, Jon.
- ↑ A Dança dos Dragões, Capítulo 29, Davos.