Maegor I Targaryen
Maegor I Targaryen, chamado de Maegor, o Cruel, foi o terceiro rei Targaryen a se sentar no Trono de Ferro. Era filho de Aegon, o Conquistador e Visenya Targaryen. Ele tinha um meio-irmão mais velho, Aenys I.[3]
Maegor I Targaryen, por Amoka © | |
Informações biográficas | |
Reinado | 42 d.C. a 48 d.C. |
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Nome completo | Maegor Targaryen, o Primeiro de Seu Nome |
Pseudônimo(s) | Maegor, o Cruel |
Títulos | Mão do Rei sob Aenys I Targaryen Rei dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens Senhor dos Sete Reinos |
Família | |
Casa Real | Casa Targaryen |
Predecessor | Aenys I Targaryen |
Sucessor | Jaehaerys I Targaryen |
Rainha | Ceryse Hightower Alys Harroway Tyanna Elinor Costayne Rhaena Targaryen Jeyne Westerling |
Filhos | Três crianças natimortas[1] Um Homem-de-armas bastardo (supostamente)[2] |
Pai | Aegon I Targaryen |
Mãe | Visenya Targaryen |
Livros As Crônicas de Gelo e Fogo | |
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Livros Históricos | |
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O polígamo Maegor tinha seis esposas: Ceryse Hightower, Alys Harroway, Tyanna da Torre, Elinor Costayne, Jeyne Westerling e sua sobrinha Rhaena Targaryen, as últimas três das quais são conhecidas como as "Noivas Negras".[3]
Maegor foi um rei temperamental, cruel e violento, tendo passado boa parte do seu reinado tentando sufocar o levante da Fé Militante.
Aparência
- Veja também: Imagens de Maegor I Targaryen
Maegor era um homem alto, robusto e assustadoramente forte, maior que seu pai, o rei Aegon I Targaryen. Ele era parecido com um touro, com ombros largos, pescoço grosso e braços enormes. Embora fosse corpulento, ele não era gordo, mas sim maciço e quadrado. Mantinha o cabelo curto e a barba aparada ao nível do maxilar. Tinha olhos raivosos e suspeitos, e uma boca carrancuda.[4]
Maegor nasceu para ser um guerreiro,[5] cuja habilidade com armas era incomparável. Ele vivia para a guerra, torneios e batalhas, e se tornou um dos cavaleiros mais jovens e habilidosos de sua época.[3] No entanto, ele também era um homem duro e brutal, que ansiava por violência, morte e domínio absoluto sobre tudo o que considerava seu. Sua selvageria no campo de batalha e sua severidade em relação aos inimigos derrotados eram frequentemente comentadas.[1]
Maegor era briguento, rápido em se ofender, lento em perdoar e temível em sua ira. Ele era um homem rígido, inflexível e intransigente.[3] Preferia fogo e aço a resolver questões por meio de discussões, e demonstrou tendências cruéis desde a infância. Embora tivesse muitos companheiros durante a juventude, não tinha amigos verdadeiros, e mesmo como adulto, Maegor não confiava em ninguém.[1]
Maegor usava a coroa de aço valiriano e rubis de seu pai. Sua armadura, entretanto, era mais elaborada do que a de Aegon.[3] Em vez de uma cota de escamas, Maegor usava uma couraça, coberta por uma sobreveste que exibia o dragão de três cabeças dos Targaryen, vermelho sobre preto.[4]
Biografia
Juventude
Em 11 d.C., a Rainha Visenya Targaryen anunciou que estava grávida de um filho. Esse filho, Maegor, nasceu no ano seguinte,[1] em Pedra do Dragão.[3] Quando bebê, ele era grande e saudável; quase o dobro do peso que seu meio-irmão Aenys tinha ao nascer. Maegor e Aenys não eram próximos quando crianças; Maegor foi criado por sua mãe em Pedra do Dragão e com o tempo ficou conhecido como o "Príncipe de Pedra do Dragão". Ele recebeu sua primeira espada aos três anos de idade e imediatamente se destacou na esgrima. Supostamente, ele teria matado um gato com a espada logo de início, embora alguns duvidem da veracidade dessa história. De qualquer forma, quando Maegor tinha oito anos, ele esfaqueou até a morte uma égua que o havia chutado e cortou metade do rosto do cavalariço que correu ao ouvir os gritos do animal. Maegor foi treinado em armas por Sor Gawen Corbray, o mestre de armas de Pedra do Dragão. Tornou-se escudeiro aos oito anos. Aos doze anos, já derrubava garotos quatro ou cinco anos mais velhos que ele nas listas e subjugava homens experientes no pátio do castelo, e aos treze anos já derrotava cavaleiros experientes em combate singular.[3] Sua mãe lhe deu sua espada de aço valiriano, a Irmã Sombria, como presente de aniversário quando Maegor completou treze anos em 25 d.C.. Apesar de haver vários dragões jovens em Pedra do Dragão, Maegor nunca reivindicou um dragão para si. Quando sua cunhada, Alyssa Velaryon, zombou dele dizendo que ele tinha medo de dragões, Maegor fez uma cara feia e respondeu que apenas um era digno dele.[1]
O irmão de Maegor, Aenys, havia se casado com a senhora Alyssa Velaryon em 22 d.C., e a filha deles, Rhaena, nasceu no ano seguinte. Após o nascimento de Rhaena, surgiu a questão sobre se Maegor ficaria atrás dela na linha de sucessão. Em 23 d.C., pouco depois de Maegor completar onze anos, a Rainha Visenya sugeriu um noivado entre Rhaena e Maegor para resolver a questão da sucessão, mas tanto os pais de Rhaena quanto o Alto Septão protestaram. Em vez disso, Maegor foi prometido em casamento à sobrinha do Alto Septão, a senhora Ceryse Hightower, com quem se casou em 25 d.C. no Septo Estrelado em Vilavelha, em uma cerimônia presidida pelo próprio Alto Septão. Embora Maegor tenha se gabado de ter concebido um filho na noite de núpcias, o casamento permaneceu estéril.[1][3]
Maegor teve mais sucesso em suas conquistas militares. Em 28 d.C., ele ganhou renome em um torneio ao derrotar três cavaleiros da Guarda Real na justa e, em seguida, venceu o torneio de combates singular. Ele foi sagrado cavaleiro por seu pai, o Rei Aegon I Targaryen, aos dezesseis anos, tornando-se o cavaleiro mais jovem do reino na época.[3] Em 29 d.C. e em 30 d.C., Maegor auxiliou o mestre dos navios, Lorde Aethan Velaryon, e o Mão do Rei, Sor Osmund Strong, em duas campanhas contra o rei pirata Sargoso Saan nas ilhas conhecidas como Degraus, e em 31 d.C. derrotou o cavaleiro ladrão conhecido como Gigante do Tridente.[1]
Mão e exílio
Em 37 d.C., o pai de Maegor, o Rei Aegon I, morreu, e seu meio-irmão Aenys ascendeu ao trono como Rei Aenys I Targaryen. Admitindo a todos os presentes na pira funerária de Aegon I que ele não era nem de longe o guerreiro que seu meio-irmão era, Aenys presenteou Maegor com a lâmina de aço valiriano do rei, a espada Blackfyre, proclamando que os irmãos governariam juntos.[1]
Após a morte de Aegon I, Maegor finalmente reivindicou um dragão, a montaria de seu pai, Balerion, que Maegor há muito cobiçava como seu. Pouco depois da ascensão de Aenys ao trono, várias rebeliões eclodiram pelos reinos. No Vale de Arryn, Jonos Arryn se levantou contra seu irmão, Lorde Ronnel, aprisionando-o junto com sua família. Embora tenha chegado tarde demais para resgatar Lorde Ronnel, Maegor pessoalmente esmagou essa rebelião, voando em Balerion até o Ninho da Águia. Na esperança de que Maegor lhes mostrasse misericórdia, os seguidores de Jonos o jogaram pela Porta da Lua. Mesmo assim, Maegor mandou enforcar todos eles. Para substituir Lorde Alyn Stokeworth, que havia morrido lutando contra outro rebelde, o Rei Aenys I nomeou Maegor como sua nova Mão do Rei para recompensá-lo por seu serviço, um cargo que Maegor ocupou por dois anos.[5][1]
Mesmo estando casados desde 25 d.C., Maegor e Ceryse ainda não conseguiram conceber um filho quase uma década e meia de casamento. Em 39 d.C., Maegor de repente anunciou que Ceryse era estéril e que ele havia tomado outra esposa, a senhora Alys Harroway. Incapaz de convencer o septão em Pedra do Dragão a realizar o casamento, Maegor e Alys se casaram em uma cerimônia valiriana liderada pela Rainha Viúva Visenya Targaryen. Esse casamento irritou muitos. Maegor discutiu amargamente com seu irmão, o Rei Aenys, enquanto o irmão de Ceryse, Lorde Martyn Hightower, exigia que Maegor deixasse Alys. O Alto Septão denunciou o casamento como pecado e fornicação e chamou Alys de "essa prostituta de Harroway." Muitos dos lordes pios do reino começaram a seguir seu exemplo, referindo-se abertamente a Alys como "a Prostituta de Maegor". Maegor permaneceu desafiador, citando que seu pai também havia tomado duas esposas, alegando que as restrições da Fé não governavam o sangue do dragão.[1]
Sentindo que não tinha outra opção, o Rei Aenys, furioso, deu a Maegor uma escolha: deixar Alys ou ir para o exílio por cinco anos. Maegor escolheu a segunda opção e em 40 d.C. partiu para Pentos com Alys e Balerion. Ele também levou a espada Blackfyre consigo, recusando o pedido de Aenys para deixar a espada para trás. O Septão Murmison substituiu Maegor como Mão. Em 41 d.C., Aenys nomeou seu filho mais velho, o Príncipe Aegon, como Príncipe de Pedra do Dragão e herdeiro do Trono de Ferro.[5][1]
Reinado
Ascensão ao trono
A Fé se rebelou contra o Rei Aenys I em 41 d.C.. No início do ano seguinte, Aenys morreu em Pedra do Dragão enquanto sua filha mais velha e seu filho, Rhaena e Aegon, estavam sitiados em Paço de Codorniz.[5] Após a cremação e sepultamento de Aenys, Visenya Targaryen voou para Pentos nas costas de seu dragão, Vhagar, para trazer Maegor de volta a Westeros.[1][3]
Embora o filho de Aenys, Aegon, fosse o herdeiro legítimo do Trono de Ferro, Maegor reivindicou a coroa imediatamente ao retornar. Ele foi coroado em Pedra do Dragão com a coroa de aço valiriano de seu pai, o Rei Aegon I, em vez da coroa ornamentada de Aenys. O Grande Meistre Gawen protestou contra a coroação de Maegor, afirmando que, de acordo com todas as leis de sucessão, a coroa deveria passar para o príncipe Aegon. Maegor decapitou Gawen com a espada Blackfyre, fazendo de Gawen o primeiro de três Grandes Meistres a serem executados durante o reinado de Maegor,[6] o que encerrou a oposição à ascensão de Maegor.[1][3]
Maegor então partiu para Porto Real, onde a Fé havia tomado o Septo da Memória na Colina de Rhaenys. Maegor voou para a cidade em Balerion e fincou sua bandeira na Colina de Visenya para reunir homens ao seu lado. Sua mãe, a rainha-viúva Visenya, desafiou aqueles que questionavam o direito de seu filho ao trono a provarem a si mesmos. Sor Damon Morrigen, o Grande Capitão dos Filhos do Guerreiro, se apresentou. Maegor rapidamente decidiu resolver a questão com espadas, e Damon exigiu um julgamento de sete, ao qual Maegor concordou.[1][3]
Maegor não tinha cavaleiros da Guarda Real com ele, já que Aenys os havia levado para Pedra do Dragão quando fugiu da capital, então Maegor se voltou para a multidão e perguntou quem ficaria ao seu lado. A princípio, a maioria se afastou ou fingiu não ouvir, até que um simples soldado chamado Dick Bean se adiantou. Sor Bernarr Brune foi o próximo a se oferecer para ficar ao lado do rei. Envergonhados pela demonstração de coragem de Dick Bean e pelas palavras de Brune, vários cavaleiros se apresentaram, dos quais Maegor escolheu seus últimos quatro campeões: Sor Bramm de Blackhull, Sor Rayford Rosby, Sor Guy Lothston e Lorde Lucifer Massey. Juntos, enfrentaram sete dos Filhos do Guerreiro, liderados por Sor Damon Morrigen, seu Grande Capitão. Maegor foi o único sobrevivente do julgamento, mas recebeu um golpe na cabeça e desmaiou assim que o último Filho do Guerreiro morreu. O rei foi retirado do campo por sua mãe e seus apoiadores e confinado à cama, onde ficou em um coma profundo. No Septo da Memória, os Filhos do Guerreiro debateram, rezaram e discutiram sobre o que fazer. Alguns acreditavam que Maegor deveria ser aceito como rei, já que os Deuses o haviam abençoado com a vitória; outros insistiam que estavam obrigados por juramento a seguir o Alto Septão e continuar lutando. No vigésimo oitavo dia do coma de Maegor, a Rainha Alys Harroway retornou de Pentos, trazendo consigo Tyanna da Torre. Tyanna assumiu os cuidados de Maegor. No trigésimo dia desde o julgamento, o rei acordou.[1][3]
Tirania
Quando acordou do coma, Maegor montou seu dragão Balerion e voou para a Colina de Rhaenys. Durante a queima do Septo da Memória, seus arqueiros mataram todos os que tentaram fugir do incêndio. Nesse mesmo ano, as forças de Maegor alcançaram uma vitória sobre a Fé Militante em uma batalha em Stonebridge e, mais tarde, em uma batalha no Grande Vau do Água Negra. Maegor lutou pessoalmente na última batalha, queimando homens nas costas de Balerion. Após essas duas vitórias, Maegor declarou sua intenção de se casar novamente, tomando Tyanna da Torre como sua terceira esposa. O Grande Meistre Myros se opôs, afirmando que a "única esposa verdadeira" de Maegor o esperava na Torralta, o que levou Maegor a decapitá-lo com a Blackfyre. Maegor casou-se com Tyanna na Colina de Rhaenys, cercado pelos restos mortais dos Filhos do Guerreiro que haviam morrido lá. Dizem que Maegor teve que executar uma dúzia de septões antes de encontrar um disposto a realizar a cerimônia. Em Vilavelha, o Alto Septão denunciou em voz alta "a abominação e suas prostitutas", enquanto Ceryse continuava a insistir que ela era a única rainha legítima de Maegor.[1][3]
A construção da Fortaleza Vermelha, que havia começado em 35 d.C., continuou sob o reinado de Maegor. No início de 43 d.C., ele nomeou Lorde Lucas Harroway, pai de sua esposa Alys, como sua nova Mão do Rei, deixando a administração do reino em suas mãos, enquanto Maegor assumia pessoalmente a responsabilidade pela construção da Fortaleza Vermelha. Ele se concentrou na construção de passagens secretas e túneis nas profundezas da Colina Alta de Aegon e ordenou a construção de uma fortaleza dentro do castelo, que se tornaria conhecido como Fortaleza de Maegor. Ele também ordenou a construção de quatro níveis de masmorras, sendo que o quarto nível foi construído especificamente para tortura.[1][3]
Enquanto a Fé continuava a resistir ao seu governo em rebelião aberta, Maegor estabeleceu uma série de leis que proibiam homens sagrados de portar armas e punia os lordes que se manifestavam contra a supressão da Fé.[7] Em resposta, o Alto Septão ordenou que Maegor se apresentasse em Vilavelha e pedisse perdão aos deuses por seus pecados e crueldades. Ainda focado na construção da Fortaleza Vermelha, Maegor permitiu que essa resistência continuasse por meio ano, até que sua mãe montou seu dragão Vhagar e queimou os domínios de várias casas na Campina em uma única noite. Maegor voou em Balerion para as Terras Ocidentais, queimando os domínios das casas que haviam desafiado sua convocação real.[1][3]
Em seguida, Maegor e Visenya se voltaram para Vilavelha, ameaçando incinerar o Septo Estrelado em resposta à condenação do Alto Septão aos seus casamentos polígamos. Quando o Alto Septão morreu repentinamente, Lorde Martyn Hightower abriu os portões da cidade, salvando Vilavelha do fogo. O novo Alto Septão era um homem mais passivo, que ungiu Maegor em sua chegada ao Septo Estrelado e não moveu um dedo enquanto os Filhos do Guerreiro em Vilavelha eram enviados à Muralha ou executados por Maegor. O rei permaneceu em Vilavelha por meio ano, presidindo pessoalmente os julgamentos. Adicionando às suas leis anteriores, ele agora colocou recompensas sobre as cabeças dos fiéis que permaneciam desafiadores: um dragão de ouro era dado pelo couro cabeludo de um Filho do Guerreiro e um veado de prata pelo couro cabeludo de um Pobre Companheiro.[1][8]
Enquanto estava em Vilavelha, Maegor se reconciliou com a rainha Ceryse Hightower. Eles celebraram sua reunião com um grande banquete e tiveram uma segunda consumação. Depois, Ceryse retornou a Porto Real.[1]
No final daquele mesmo ano, o Príncipe Aegon, filho de Aenys I e o legítimo Príncipe de Pedra do Dragão, anunciou sua reivindicação ao Trono de Ferro. Apoiado por vários lordes das Terras Ocidentais e do Tridente, Aegon marchou à frente de um exército de quinze mil homens. Ainda em Vilavelha, Maegor foi avisado por sua esposa Tyanna, sua mestra dos sussurros, que as casas Baratheon, Arryn, Stark e Lannister estavam considerando se juntar à causa de Aegon, se ele pudesse provar que poderia prevalecer. Maegor partiu de Vilavelha, ordenando que seus lordes leais atacassem o exército de Aegon de todos os lados. Na Batalha sob o Olho de Deus, as forças se enfrentaram e a rebelião de Aegon chegou ao fim quando Maegor matou o príncipe e seu dragão Quicksilver. Depois disso, Maegor passou a ser conhecido como "Maegor, o Cruel" e um assassino de parentes por todo o reino.[1][3]
Em 44 d.C., Maegor fez da fez da esposa do falecido Aenys, a rainha-viúva Alyssa Velaryon, e seus dois filhos mais novos, Jaehaerys e Alysanne, pupilos de sua mãe em Pedra do Dragão, enquanto convocava o jovem Viserys (herdeiro da reivindicação de Aegon) para a corte, fazendo dele seu escudeiro pessoal. Ainda sem um herdeiro de seu próprio sangue, Maegor visitava uma de suas três esposas todas as noites. Quando a Rainha Alys anunciou que estava grávida naquele ano, ela foi confinada à cama. No entanto, ela entrou em trabalho de parto apenas três meses depois e deu à luz uma monstruosidade, sem olhos e retorcida. Convencido de que a criança não poderia ser sua, Maegor mandou executar todos os envolvidos no parto, poupando apenas as duas irmãs de Alys, Jeyne e Hanna. Dizem que Maegor estava sentado no Trono de Ferro com a cabeça do Grande Meistre Desmond em sua mão quando a Rainha Tyanna se aproximou dele, afirmando que a criança havia sido gerada por um caso secreto de Alys, que, desesperada para dar um filho ao rei, havia dormido com homens de fertilidade confirmada. Tyanna apresentou uma lista de nomes como prova. Sob tortura, todos, exceto dois dos vinte homens, confessaram seu suposto crime. Maegor mandou arrastar Alys de sua cama e entregá-la a Tyanna para tortura. Todos os Harroways em Porto Real, incluindo a Mão de Maegor, Lorde Lucas Harroway, foram mortos, com a morte de Alys sendo a pior de todas.[1] Maegor então partiu da capital e marchou sobre Harrenhal, matando toda a guarnição, junto com todas as pessoas com até mesmo uma única gota de sangue Harroway. Em seguida, ele marchou para a Vila de Harroway, no Tridente, e fez o mesmo lá. Com a extinção da Casa Harroway, Maegor realizou um torneio em Vila de Harroway, com Harrenhal como prêmio. Embora gravemente ferido, Sor Walton Towers foi o vencedor, e a Casa Towers recebeu a senhoria do castelo arruinado.[9] Walton morreu logo depois de seus ferimentos e foi sucedido por seu filho mais velho, Jordan.[1] Lorde Jordan permaneceu um firme apoiador do Rei Maegor até sua morte e até nomeou seu filho mais novo em homenagem ao rei.[10][11]
Quando retornou a Porto Real, Maegor soube que sua mãe, a rainha-viúva Visenya, havia morrido. A notícia devastou Maegor, pois ela havia sido sua maior apoiadora. A esposa de Aenys I, a rainha-viúva Alyssa Velaryon, havia fugido de Pedra do Dragão durante o caos resultante, levando seus dois filhos mais novos, Jaehaerys e Alysanne, e a espada valiriana Irmã Negra com ela. Em resposta, Maegor mandou prender e torturar seu filho sobrevivente mais velho, o Príncipe Viserys. O jovem morreu após nove dias de interrogatório pela Rainha Tyanna. Seu corpo mutilado foi deixado no pátio por duas semanas em uma tentativa fracassada de forçar Alyssa a retornar.[1][3]
Em 45 d.C., Maegor viu a Fortaleza Vermelha ser concluída. Para comemorar, o rei organizou um banquete para aqueles que participaram da construção, empanturrando os trabalhadores com vinhos e doces, assim como prostitutas dos melhores bordéis da cidade. Mas após três dias de festividades, Maegor mandou matar todos eles para proteger os segredos do castelo. Seus ossos foram enterrados sob o castelo que construíram.[3][12][13][14] Maegor então ordenou a construção do Fosso dos Dragões para os dragões Targaryen no local das ruínas do Septo da Memória na Colina de Rhaenys. Entretanto, seu tratamento aos trabalhadores da construção da Fortaleza Vermelha fez com que todos os trabalhadores fugissem da cidade, forçando o rei a usar prisioneiros das masmorras para a construção.[1]
A primeira esposa de Maegor, a rainha Ceryse Hightower, adoeceu repentinamente e morreu logo após a conclusão da Fortaleza Vermelha. Um rumor foi espalhado de que ela havia dito um comentário rabugento que afrontou Maegor, após o qual ele ordenou que Sor Owen Bush da Guarda Real removesse sua língua. As pessoas alegaram que Ceryse havia lutado tão ferozmente que a faca de Sor Owens escorregou e ele acidentalmente cortou sua garganta. Embora a história nunca tenha sido provada e a maioria dos historiadores insista que foi uma calúnia inventada pelos inimigos do rei, era amplamente acreditada na época.[1][3]
No final de 45 d.C., Maegor voltou ao campo. Na grande floresta ao sul do Torrente da Água Negra, Maegor caçou os Pobres Companheiros que se refugiaram e ordenou que a rebelde Jeyne Poore Bexiguenta fosse queimada viva. Embora os Pobres Companheiros e os camponeses tenham tentado impedir a execução, Maegor mandou massacrar todos os possíveis salvadores. No ano seguinte, Maegor retornou a Porto Real com dois mil crânios de Pobres Companheiros e Filhos do Guerreiro. No entanto, acreditava-se amplamente que muitas das vítimas eram plebeus inocentes que estavam no lugar errado na hora errada. A guerra travada pelo Rei Maegor era ruinosamente cara, esgotando o tesouro real. O Mestre da Moeda de Maegor, Lorde Alton Butterwell, aumentava continuamente os impostos e impunha novos e, quando essas medidas falhavam, Maegor exigia um tributo em ouro dos altos senhores. Dia após dia, os Sete Reinos se voltavam contra seu rei, pois tanto os plebeus quanto os nobres começaram a desprezá-lo por suas muitas crueldades.[1][15][3]
As Noivas Negras
No começo de 47 d.C., Maegor ainda não tinha herdeiros e tinha parado de dormir com a rainha Tyanna. Os conselheiros de Maegor concordaram que ele precisava se casar novamente e várias sugestões foram feitas. Grande meistre Benifer sugeriu Clarisse Dayne, a senhora de Tombastela. O mestre da moeda, Alton Butterwell sugeriu sua irmã viúva, uma mulher de fertilidade comprovada. O Mão de Maegor, Lorde Edwell Celtigar, sugeriu suas duas filhas mais jovens. Lorde Velaryon de Derivamarca então sugeriu que Maegor tomasse sua sobrinha, a princesa Rhaena, como esposa para unir suas reivindicações e fortalecer a linhagem real. Maegor finalmente decidiu se casar com uma mulher de fertilidade comprovada e tomou ainda três esposas para triplicar suas chances de ter um filho. Ele concordou que uma dessas esposas deveria ser sua sobrinha, a fim de enfraquecer qualquer reivindicação que seus irmãos mais novos pudessem fazer. Assim, em 47 d.C., Maegor se casou com Elinor Costayne, Jeyne Westerling e a Princesa Rhaena em uma única cerimônia. Todas as três mulheres haviam ficado viúvas devido às ações ou às guerras de Maegor e ficaram conhecidas como "as Noivas Negras". Ele nomeou Aerea, a mais velha das duas filhas de Rhaena com seu falecido irmão, Aegon, como sua herdeira, deserdando o irmão de Rhaena, o príncipe Jaehaerys, enquanto enviou a outra filha de Rhaena, Rhaella, para Vilavelha para ser criada como septã. Meio ano após o casamento, foi anunciado que a Senhora Jeyne estava grávida. Pouco tempo depois, a senhora Elinor também engravidou. Três meses antes da data prevista para o parto, no entanto, a rainha Jeyne entrou em trabalho de parto e deu à luz uma criança natimorta, sem pernas e braços, e com genitais masculinos e femininos. Jeyne faleceu pouco tempo depois. As pessoas começaram a sussurrar que Maegor estava amaldiçoado e que os deuses nunca lhe dariam um filho vivo. O próprio Maegor, no entanto, fez com que a Rainha Tyanna fosse apreendida e entregue nas masmorras, onde ela confessou ter envenenado tanto o filho de Alys quanto o de Jeyne, antes mesmo que os torturadores começassem. Ela prometeu que Elinor daria à luz um monstro natimorto semelhante. Após sua confissão, Maegor executou o próprio Tyanna, mas sua promessa se tornou realidade dois meses depois, quando Elinor entrou em trabalho de parto no começo de 48 d.C. e deu à luz uma criança sem olhos e com pequenas asas.[1][3]
Derrocada
Por volta de 48 d.C., a tirania de Maegor não podia mais ser suportada pelo reino. Em Ponta Tempestade, o último filho sobrevivente de Aenys I, o Príncipe Jaehaerys, reivindicou o trono, com o apoio de Lorde Rogar Baratheon, que foi nomeado Protetor do Reino e Mão do Rei pelo príncipe. Jaehaerys tinha dois dragões ao seu lado, sua própria montaria Vermithor e ainda Silverwing a montaria de sua irmã, contra o formidável Balerion de Maegor.[1][3][16] Ao saber da reivindicação de seu irmão, a Rainha Rhaena Targaryen fugiu de Maegor durante a noite, escapando em seu dragão Dreamfyre com a lâmina valiriana Blackfyre e sua filha, a Princesa Aerea, adicionando um terceiro dragão à causa de seu irmão. Ao descobrir o desaparecimento de Rhaena, Maegor enviou um mensageiro para Vilavelha ordenando que a Casa Hightower decapitasse a Princesa Rhaella como punição pela traição de sua mãe. Lorde Hightower se recusou e prendeu o mensageiro. Lorde Edwell Celtigar renunciou ao cargo de Mão e voltou para a Ilha da Garra, e o Grande Meistre Benifer fugiu secretamente em um navio para Pentos. Sor Olyver Bracken e Sor Raymund Mallery, dois dos membros da Guarda Real de Maegor, também o desertaram. Lorde Daemon Velaryon, o almirante da frota real, foi o primeiro dos grandes lordes a abandonar Maegor, levando a frota da capital com ele, e muitos outros lordes seguiram seu exemplo. As grandes casas Lannister, Tyrell e Arryn se posicionaram contra Maegor e, nas Terras Fluviais, a Casa Tully deu apoio ao Septão Lua e a Sor Joffrey Doggett, os líderes dos Pobres Companheiros.[1][3]
Maegor convocou seus vassalos em resposta, mas poucos atenderam, dando a ele um exército de apenas quatro mil soldados. Apesar disso, Maegor se recusou a se render. Quando Lorde Hayford sugeriu que Maegor abdicasse e se juntasse à Patrulha da Noite, Maegor ordenou que ele fosse decapitado e continuou seu conselho de guerra com a cabeça de Lorde Hayford montada em uma lança atrás do Trono de Ferro. Ao final do conselho, Maegor permaneceu sozinho na sala do trono para refletir. Ele foi encontrado morto na manhã seguinte pela Rainha Elinor, sentado no Trono de Ferro com suas vestes cobertas de sangue e seus pulsos cortados. Um espinho de uma das espadas do trono estava cravado na parte de trás de seu pescoço. A causa da morte de Maegor nunca foi descoberta. Alguns dizem que ele foi morto pela Rainha Elinor, outros que foi assassinado por um cavaleiro de sua própria Guarda Real. Outros ainda dizem que foi morto por um construtor que escapou do massacre três anos antes e buscava vingança, e muitos acreditam que Maegor foi morto pelo próprio trono. Outros acreditam que Maegor se suicidou abrindo seus pulsos nas lâminas do Trono de Ferro.[1][3][17]
Legado
Maegor governou por seis anos e sessenta e seis dias e morreu sem deixar descendentes. Ele foi sucedido por seu sobrinho, o Rei Jaehaerys I Targaryen, o filho mais novo do falecido Rei Aenys I. A Revolta da Fé Militante só terminou durante o reinado de Jaehaerys.[8][18] O novo rei concordou em perdoar todos aqueles da Fé que depusessem suas espadas, embora também tenha retirado da Fé o direito de realizar julgamentos.[19]
Durante o Grande Conselho de 101 d.C., um homem de armas corpulento e ruivo, que afirmava ser um bastardo de Maegor, reivindicou o Trono de Ferro. Sua única prova era sua mãe, uma velha filha de uma estalajadeira que dizia ter sido estuprada por Maegor. Os lordes acreditaram na alegação de estupro, mas não que isso a tivesse engravidado.[2]
Décadas depois, durante a Dança dos Dragões, Silver Denys afirmou ser descendente de um filho bastardo de Maegor, mas ele foi mutilado pelo dragão Sheepstealer e morto junto com seus filhos pelo Canibal ao tentar reivindicar um dragão.[20] Sor Otto Hightower acreditava que o Príncipe Daemon Targaryen seria um "segundo Maegor, o Cruel", se algum dia ascendesse ao trono[2] e no início da guerra civil, sua filha Alicent afirmou que Daemon seria "tão cruel e implacável quanto Maegor jamais foi" como consorte real.[21] A esposa de Daemon, a Rainha Rhaenyra Targaryen, passou a ser considerada uma mulher gananciosa, cruel e vingativa, e foi apelidada de "Rei Maegor com tetas" pela plebe de Porto Real. "Tetas de Maegor" foi uma praguejar comum entre os habitantes da capital por cem anos depois.[22]
Em 232 d.C., nasceu um filho do príncipe Aerion Targaryen e sua esposa Daenora Targaryen, e Aerion deu-lhe o nome ominoso de Maegor.[3][23]
Pequeno Conselho de Maegor I
Durante o reinado do Rei Maegor seu pequeno conselho teve os seguintes membros conhecidos:
- Mão do Rei - Lorde Lucas Harroway
- Mão do Rei - Lorde Edwell Celtigar
- Mestre dos Sussurros - Rainha Tyanna de Pentos
- Grande Meistre - Gawen
- Grande Meistre - Desmond
Família
Referências
- ↑ 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 1,13 1,14 1,15 1,16 1,17 1,18 1,19 1,20 1,21 1,22 1,23 1,24 1,25 1,26 1,27 1,28 1,29 1,30 Fogo & Sangue, Os filhos do dragão.
- ↑ 2,0 2,1 2,2 Fogo & Sangue, Herdeiros do dragão: Uma questão de sucessão.
- ↑ 3,00 3,01 3,02 3,03 3,04 3,05 3,06 3,07 3,08 3,09 3,10 3,11 3,12 3,13 3,14 3,15 3,16 3,17 3,18 3,19 3,20 3,21 3,22 3,23 3,24 3,25 O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Maegor I.
- ↑ 4,0 4,1 So Spake Martin: Targaryen Kings, 1 de novembro de 2005
- ↑ 5,0 5,1 5,2 5,3 O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Aenys I.
- ↑ A Tormenta de Espadas, Capítulo 12, Tyrion.
- ↑ O Cavaleiro dos Sete Reinos, A Espada Juramentada.
- ↑ 8,0 8,1 O Festim dos Corvos, Capítulo 33, Jaime.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Os Sete Reinos: As Terras Fluviais, Casa Tully.
- ↑ Fogo & Sangue, De príncipe a rei: A ascensão de Jaehaerys I.
- ↑ Fogo & Sangue, Jaehaerys e Alysanne: Triunfos e tragédias.
- ↑ A Guerra dos Tronos, Capítulo 58, Eddard.
- ↑ A Fúria dos Reis, Capítulo 44, Tyrion.
- ↑ O Festim dos Corvos, Capítulo 3, Cersei.
- ↑ Fogo & Sangue, Uma abundância de governantes.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Os Sete Reinos: As Terras da Tempestade, Casa Baratheon.
- ↑ A Tormenta de Espadas, Capítulo 36, Davos.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Os Reis Targaryen: Jaehaerys I.
- ↑ O Festim dos Corvos, Capítulo 43, Cersei.
- ↑ Fogo & Sangue, A morte dos dragões: O dragão vermelho e o dourado.
- ↑ Fogo & Sangue, A morte dos dragões: Os pretos e os verdes.
- ↑ Fogo & Sangue, A morte dos dragões: Rhaenyra destituída.
- ↑ O Mundo de Gelo e Fogo, Apêndice: Árvore Genealógica dos Targaryen.