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Dragões são criaturas mágicas, voadoras e que cospem fogo, com aparência reptiliana. Eles existiam nos continentes de Westeros e Essos, mas eram considerados extintos por quase cento e cinquenta anos no começo do terceiro século após a Conquista. Os únicos vestígios restantes dos dragões eram restos esqueléticos e ovos de dragão petrificados. Porém, durante os eventos descritos na série principal de livros, a espécie é trazida de volta à vida quando Daenerys Targaryen choca magicamente três ovos de dragão.[1]

Os dragões recém-nascidos são muito pequenos e crescem pela vida toda. Eles podem chegar a tamanhos enormes e ficam mais poderosos com a idade, mas quanto mais velhos acabam perdendo mobilidade. Os dragões podem ser treinados e domados, mas não são totalmente domesticados, permanecendo sempre perigosos. Alguns são selvagens e temperamentais, já outros são um tanto mais dóceis e dispostos. Cada animal é um indivíduo, que variam em personalidade e muitas vezes tais animais refletem as personalidades dos humanos com quem formam vínculos, os chamados "cavaleiros de dragão".[2][3]

Aparência

Veja também: Imagens de Dragões
 
Um dragão jovem.

Dragões são criaturas reptilianas com escamas. Eles têm quatro membros: duas asas, que são usadas como membros anteriores, como os morcegos e os pterossauros, e duas pernas traseiras. Os dragões de George R. R. Martin, portanto, diferem da representação tradicional dos dragões como criaturas de seis membros. Martin tomou essa decisão porque ficou incomodado com o fato de que nenhum animal na natureza jamais evoluiu dessa maneira (ou seja, quatro pernas e duas asas). No entanto, algumas artes de As Crônicas de Gelo e Fogo os mostram com quatro patas e um par de asas separado.[4][5][6]

 
Crânio de um dragão na Fortaleza Vermelha.

Os dragões têm mandíbulas fortes,[7] dentes afiados e garras,[8][9] asas como couro, e[10][11] pescoços[12] e caudas longos,[10] com chifres na cabeça.[9] Quando são filhotes, eles têm o tamanho de um gato adulto.[9] Se tiverem comida suficiente, espaço e liberdade, um dragão nunca para de crescer.[13][10] Um dragão que recebe essa liberdade pode atingir uma envergadura de vinte pés (cerca de seis metros) em um ano e meio.[12] Dragões que são mantidos presos, por exemplo, os dragões Targaryen mantidos no Fosso dos Dragões em Porto Real, não crescem tão grandes quanto os dragões que ficam livres para voar à vontade.[13][10] Embora o aumento da idade signifique um aumento de tamanho, um tamanho maior não necessariamente indica uma idade mais avançada: por exemplo, o dragão selvagem Canibal, que supostamente vivia em Pedra do Dragão antes mesmo dos Targaryen chegarem lá, era menor que Vhagar e Vermithor,[3] sendo que Vermithor era considerado maior que Dreamfyre, apesar de ser alguns anos mais jovem que o outro dragão.[7][14][15] Balerion, o maior dragão Targaryen da história, era grande o suficiente para engolir um auroque ou um mamute de Ibben inteiro.[16]

Segundo Martin, a cor de um dragão não tem influência em seu caráter.[17]

Os ossos dos dragões são pretos, devido ao seu alto teor de ferro. Os crânios polidos dos dragões Targaryen parecem ônix reluzente e seus dentes parecem adagas curvas de diamante negro.[16]

Características

Dizem que os dragões são fogo encarnado. Grande calor emana dos corpos dos dragões, a ponto de eles soltarem vapor durante noites frias. Quando um dragão é ferido, seu sangue é conhecido por soltar fumaça. Fumaça frequentemente sai da boca e das narinas de um dragão e o fogo de dragão é expelido do esôfago do dragão para fora de sua boca.[18][19][12][20][3][13]

São criaturas territoriais, tendo seus próprios covis. Como criaturas do céu e, como seres de fogo, gostam mais do topo das montanhas ou montanhas vulcânicas, evitando lugares primordialmente húmidos. Habitações feitas pelo homem, como os estábulos de Pedra do Dragão, os topos das torres da cidade de Valíria e o Fosso dos Dragões de Porto Real, são aceitáveis. Se não encontrarem um covil, os jovens dragões encontrarão suas próprias cavernas e vão defende-las ferozmente.[21]

Dragões são criaturas carnívoras, comendo carne e peixe, e cospem fogo para cozinhar sua comida antes de consumi-la. Eles podem e vão caçar suas próprias presas, também sendo conhecidos por exibirem comportamento de canibalismo oportunista.[9][3][15] Apesar de predadores vorazes, eles aceitam receber comida de tratadores ou domadores. Segundo George R. R. Martin, dragões também precisam de água.[21]

 
Dragão atacando.

As escamas de um dragão são em grande parte, mas não totalmente, impermeáveis ao fogo, e servem como proteção para a carne e musculatura mais vulneráveis por baixo. À medida que um dragão envelhece, suas escamas engrossam e ficam mais duras, oferecendo ainda mais proteção, tornando os dragões quase imunes ao fogo, embora ainda possam ser feridos por fogo de dragão (por exemplo, os olhos de Moondancer sendo cegados pelo fogo de Sunfyre durante a Dança dos Dragões). Da mesma forma, à medida que os dragões envelhecem, o fogo que cospem torna-se mais quente e intenso. Onde a chama de um filhote pode incendiar palha, as chamas de dragões mais velhos, como Balerion e Vhagar em pleno poder, podiam derreter aço e pedra.[7][6][22]

Dragões são criaturas do céu. Eles adoram voar e podem cruzar montanhas e planícies, cobrindo centenas de quilômetros. Porém, como criaturas territoriais, preferem ficar perto de seus covis, a menos que seus cavaleiros os levem até mais longe.[21]

Acredita-se que os dragões estejam intrinsecamente ligados à magia no mundo. Desde a morte do último dragão em 153 d.C., dizia-se que os verões ficaram mais curtos e os invernos mais frios e cruéis, enquanto feitiços mágicos se tornaram menos poderosos.[23]

Vida e morte

 
Dragões da antiga Valíria.

A expectativa de vida dos dragões é muitas vezes maior que a de um humano, embora sua vida útil máxima natural seja difícil de determinar: como feras de guerra, a maioria dos animais conhecidos morreu em batalha.[13] Balerion, o maior e mais velho dragão Targaryen, já estava vivo quando a Casa Targaryen se mudou de Valíria para Pedra do Dragão em 114 a.C.,[24] e morreu de velhice em 94 d.C. durante o reinado do Rei Jaehaerys I Targaryen.[25][26][27] Balerion tinha pelo menos duzentos e sete anos quando morreu,[13][28] mas como o único exemplo conhecido de um dragão que morreu de velhice, não está claro se isso deve ser considerado típico. É possível que o dragão selvagem Canibal, cuja data e causa da morte são desconhecidas, tivesse cerca de duzentos e cinquenta anos durante o reinado de Aegon III Targaryen, se houver verdade na afirmação de que ele vivia em Pedra do Dragão mesmo antes dos Targaryen chegarem lá.[3]

Os dragões não são invulneráveis. Os olhos são onde um dragão é mais vulnerável e o cérebro atrás deles.[29] Um virote de ferro de um escorpião no olho matou Meraxes[30][31] e três flechas através do olho mataram Tessarion, que já estava gravemente ferido.[7] Ao contrário das histórias, as escamas da barriga de um dragão são tão fortes quanto as das costas e flancos.[29] Dragões jovens, com escamas mais macias, são mais vulneráveis do que os mais velhos; no primeiro voo de seu cavaleiro, Stormcloud foi atingido por um virote de escorpião no pescoço e atingido por dezenas de flechas na barriga, morrendo dentro de uma hora. A barriga de Vermax pode ter sido rasgada por um gancho, embora o dragão definitivamente tenha morrido quando ficou emaranhado em um navio afundando. Contos também falam sobre matar dragões com uma lança na garganta, mas isso é conhecido por ser impossível.[29] Ainda assim, cinco dragões foram mortos na invasão do fosso dos dragões, alguns com machados, lanças e espadas, outros esmagados sob pedras ou estrangulados.[3][7]

 
Drogon despejando seu fogo em batalha.

Embora seja raro que um homem seja um matador de dragões, os dragões muitas vezes são conhecidos por ferir e matar outros dragões, tanto em Westeros quanto em Valíria.[32] Muitos dragões se mataram durante a Dança dos Dragões (129–131 d.C.), usando seus dentes e garras. Meleys quase arrancou a asa de Sunfyre,[3] e Sunfyre também foi ferido por Moondancer, embora não sem cegar os olhos do outro dragão com seu fogo.[7] Em uma luta a três entre dragões, Vermithor arrancou a cabeça de Seasmoke, antes de morrer dos ferimentos causados por aquele dragão e por Tessarion. Anteriormente, Balerion esmagou o pescoço de Quicksilver com os dentes enquanto arrancava sua asa com as garras.[14] Quando Balerion retornou de uma possível jornada para Valíria com a Princesa Aerea Targaryen, o dragão tinha cicatrizes semi-curadas e feridas sangrentas de causa desconhecida, incluindo uma fenda de quase três metros ao longo de seu lado.[20]

Reprodução

Historiadores, como Septão Barth, Grande Meistre Munkun e Meistre Thomax, discordam sobre os hábitos de acasalamento dos dragões.[33] Dragões colocam ovos grandes e escamosos para se reproduzir. De acordo com o Arquimeistre Gyldayn, e com o apoio do Meistre Yandel, a capacidade de um dragão de botar ovos é a prova de que tal dragão é fêmea. Quando um dragão nunca foi observado colocando ovos, isso é tomado como prova de que ele deve ser macho. No entanto, segundo Barth e Meistre Aemon, dragões não têm gênero fixo, sendo "agora um, agora outro, tão mutáveis quanto a chama". Barth acreditava que os dragões podem mudar de sexo conforme a necessidade, mas o Meistre Anson considera isso um erro e afirma em seu livro Verdade que a declaração de Barth é simplesmente uma metáfora esotérica mal compreendida.[34][35]

Dragões considerados fêmeas, como Syrax, Dreamfyre, Tessarion e Meleys, são referidos como dragão-fêmea ou, às vezes, como "rainha".[36][37][27][38][39]

 
Jaehaerys e Alysanne voando em Vermithor e Silverwing. © Sanrixian

Insinua-se que os laços entre um cavaleiro de dragão e seu dragão podem afetar os hábitos de acasalamento do dragão. O dragão do Rei Jaehaerys I Targaryen, a fera Vermithor, frequentemente se enrolava com Silverwing, o dragão da Rainha Alysanne Targaryen, mesmo cinco décadas após a morte de seus cavaleiros.[7] Daemon Targaryen e sua esposa Laena Velaryon frequentemente visitavam Pedra do Dragão em seus dragões Caraxes e Vhagar para voar com Rhaenyra Targaryen e Syrax, e durante esse período Syrax produziu várias ninhadas de ovos.[27]

Tradicionalmente, príncipes Targaryen recebiam um ovo de dragão em seu berço, permitindo que os bebês criassem um vínculo com os dragões assim que os ovos chocassem.[37] Esta tradição supostamente começou durante o reinado do Rei Aegon I Targaryen, quando a Princesa Rhaena Targaryen colocou um ovo de dragão nos berços de seus irmãos mais novos, Jaehaerys e Alysanne, logo após seus nascimentos.[2] Desses dois ovos, chocaram-se os dragões Vermithor e Silverwing.[14] Durante o governo de Jaehaerys I, o rei colocou um ovo no berço de seu filho recém-nascido, Aemon, em 55 d.C., a pedido da Rainha Alysanne. Durante o reinado de Viserys I Targaryen, colocar um ovo de dragão no berço de um príncipe recém-nascido tornou-se verdadeiramente costumeiro. Os príncipes Jacaerys Velaryon, Lucerys Velaryon, Joffrey Velaryon, Viserys Targaryen, Jaehaerys Targaryen, Jaehaera Targaryen e Maelor Targaryen são todos conhecidos por terem recebido um ovo em seus berços durante o reinado de Viserys I.[27] Durante o governo do Rei Aegon III Targaryen, ovos foram colocados nos berços dos príncipes Aegon e Aemon e também da senhora Laena Velaryon.[40] No entanto, nem todos os filhotes sobreviveram até a maturidade, como visto com Rhaena de Pentos, cujo ovo chocou-se em uma criatura defeituosa que viveu apenas algumas horas.[3]

Ovos que não eclodem podem se petrificar com a idade, transformando-se em pedra.[41][42]

Cavaleiros de Dragão

Dragões são criaturas inteligentes[6] que podem ser treinados para servir como montarias de batalha e entender comandos vocais. Diz-se que eles são caprichosos por natureza[11] e precisam ser treinados para não devastar tudo ao seu redor.[43] No entanto, dragões não permitem que qualquer um os monte. Em Valíria, as famílias nobres que montavam dragões frequentemente casavam irmãos entre si para manter a linhagem pura, e acredita-se geralmente que a herança valiriana desempenha um papel nisso.[44] Durante a guerra civil conhecida como Dança dos Dragões, o Príncipe Jacaerys Velaryon convocou bastardos Targaryen e seus descendentes, os chamados "sementes de dragão", para tentar montar um dragão. No entanto, homens sem ascendência valiriana também fizeram suas tentativas.[3] Ter sangue valiriano (não importa quão direto) não é garantia de que o vínculo com um dragão será bem-sucedido.[10] Segundo George R. R. Martin, "os dragões se vinculam com alguns homens... alguns".[21]

 
Um dragão e seu montador.

Uma vez que um dragão se vincula a um cavaleiro, esse dragão não permitirá que mais ninguém o monte sozinho enquanto seu montador ainda estiver vivo, não importa quão familiar essa pessoa possa ser para o dragão.[7] Mas quando a pessoa vinculada ao dragão está nas costas do dragão, ela pode levar um passageiro.[24][15] Quando o cavaleiro de um dragão morre, esse dragão pode se vincular a um novo montador.[25] Nenhum cavaleiro jamais montou um dragão diferente enquanto seu dragão atual estava vivo.[45] No entanto, quando o dragão do Príncipe Viserys Targaryen, Balerion, morreu, de acordo com Martin, "[Viserys] não pegou um segundo dragão",[46] deixando a possibilidade de que um cavaleiro possa se vincular a um novo dragão após a morte de seu primeiro dragão. De fato, a Rainha Rhaenyra Targaryen, após a morte de seu dragão Syrax, insistiu em encontrar mais ovos de dragão, pois ela "deveria ter outro dragão",[7] assim como o Rei Aegon II Targaryen após a morte de seu dragão Sunfyre.[47] Dragões que já tiveram um cavaleiro antes são mais fáceis de se vincular do que dragões selvagens.[3]

Um dragão pode ser capaz de perceber quando seu cavaleiro atual está em apuros ou se morreu. Isso é insinuado no caso do dragão Dreamfyre, que, apesar de estar trancado e acorrentado na cova dos dragões, dizem ter percebido quando sua cavaleira Helaena Targaryen cometeu suicídio na Fortaleza de Maegor, do outro lado de Porto Real.[7] A sensação de conexão entre dragão e cavaleiro também pode ser mútua — quando Drogon foi empalado por uma lança, ele e sua dona vinculada, Daenerys Targaryen, gritaram ao mesmo tempo, embora ela ainda não o tivesse montado.[12]

Cavaleiros de dragão geralmente montam seus dragões usando selas especiais. Correntes presas à sela são fixadas ao cinto do cavaleiro, para segurança. No entanto, um cavaleiro pode deixar suas correntes soltas, se desejar. Um montador de dragão também pode montar sem sela, com as pernas ao redor das costas ou do pescoço do dragão.[12][48][15][7]

História

Dragões Antigos

No livro História Antinatural de Barth, o septão considerou várias lendas sobre as origens dos dragões. Os valirianos afirmavam que os dragões surgiram das Quatorze Chamas, um anel de vulcões na Península Valiriana.[49] Em Qarth, as histórias dizem que os dragões vieram de uma segunda lua no céu, que foi escaldada pelo sol e rachou como um ovo, de onde um milhão de dragões emergiram. Também se diz que os dragões se originaram nas Terras das Sombras além de Asshai e nas ilhas do Mar de Jade.[50] Contos antigos de Asshai afirmam que um povo não nomeado foi o primeiro a domesticar esses dragões, levando-os para Valíria e ensinando aos valirianos suas artes antes de desaparecerem dos anais da história.[49] Barth propôs a teoria de que os dragões foram criados por magos de sangue valirianos usando Wyverns, que são répteis voadores que não cospem fogo.[51] Os dragões também podem estar relacionados aos wyrms de fogo, que são criaturas reptilianas sem asas que cospem fogo, e que podem ter vivido nas Quatorze Chamas antes da chegada dos dragões.[52]

Os dragões povoaram grande parte do mundo conhecido em épocas passadas[53] e ossos antigos de dragão foram encontrados tão ao norte quanto Ib e tão ao sul quanto as selvas de Sothoryos.[49] Diz-se que o imperador amarelo Chai Duq de Yi Ti mantinha um dragão em sua corte após casar-se com uma nobre de Valíria.[54]

 
Senhores de dragões, por Magali Villeneuve.

Em Westeros, diz-se que Sor Galladon de Morne matou um dragão com a Donzela Justa,[55] Crackbones supostamente torceu o pescoço de um dragão em um nó[55] e Serwyn do Escudo Espelhado matou o dragão Urrax.[36] Davos, o Matador de Dragões, é um herói amado na Campina[56] e também se diz que os dragões uma vez fizeram ninhos na Ilha da Batalha até que o primeiro Hightower os exterminou.[57] Os camponeses afirmam que as fontes termais abaixo de Winterfell são aquecidas pela respiração de um dragão subterrâneo.[35]

Fora de Westeros, dizem que dragões, demônios e outras criaturas habitam as cavernas nas falésias acima de Cinzas ao norte de Asshai.[58] Dragões marinhos no Mar Poente e dragões de gelo no Mar Tremente são lembrados em lendas e folclore, mas os estudiosos não têm provas de sua existência, nem de quão próximos eles são dos dragões.[59][60] Nagga é dito ser o primeiro dragão marinho.[61]

Império Valiriano

Os valirianos eram originalmente uma civilização de humildes pastores, que descobriram dragões nas Quatorze Chamas, um anel de vulcões na península valiriana.[49] Eles dominaram a arte de criar dragões e os usaram como armas de guerra para conquistar um império massivo, o Império Valiriano. Os valirianos contavam histórias sobre si mesmos que afirmavam que eles eram descendentes de dragões e eram parentes daqueles que agora controlavam.[49] Diz-se que os valirianos usavam feitiços de vinculação e cornetas mágicas para controlar seus dragões.[61][48]

Os valirianos usaram dragões para conquistar o Velho Império Ghiscari nas Guerras Ghiscari[49] e centenas de dragões foram empregados por Valíria durante as Guerras Roinares.[62]

No dia da Perdição de Valíria em 102 a.C., as Quatorze Chamas e todas as colinas em um raio de oitocentos quilômetros explodiram, enchendo o ar com cinzas, fumaça e fogo, o que matou até os dragões no céu.[63] Os senhores de dragões e dragões reunidos em Valíria foram todos mortos. Alguns senhores dragões em Lys e Tyrosh sobreviveram, mas foram logo mortos no caos político após a Perdição, junto com seus dragões. Em Qohor, o senhor dragão Aurion se declarou Imperador de Valíria e liderou um exército de trinta mil homens em direção a Valíria, mas ele, seu grande dragão e seus seguidores nunca mais foram vistos. O tempo dos dragões em Essos havia acabado ali.[64]

Os Dragões Targaryen

 
Aegon, o Conquistar, e Balerion destroem Harrenhal, por Marc Simonetti ©

Após a Perdição e o caos que se seguiu, os únicos dragões conhecidos por terem sobrevivido estavam na ilha de Pedra do Dragão.[64] Eles pertenciam à Casa Targaryen, que havia trazido cinco dragões de Valíria quando o Lorde Aenar Targaryen e sua família emigraram doze anos antes, em 114 a.C. Quatro desses dragões eventualmente morreram em Pedra do Dragão, restando apenas Balerion. No entanto, os outros dragões deixaram ovos, e desses eclodiram Vhagar e Meraxes.[24]

Balerion foi eventualmente reivindicado pelo Lorde Aegon Targaryen, algum tempo antes de ele se casar com suas irmãs Visenya e Rhaenys.[28] Aegon se envolveu nas guerras nas Terras Disputadas quando Pentos e Tyrosh o convidaram a se juntar a uma grande aliança contra Volantis. Aegon voou em Balerion para encontrar o Príncipe de Pentos e os magistrados da Cidade Livre, e depois voou até Lys a tempo de incendiar uma frota volantina que tentava tomar a cidade.[64][33]

 
A morte de Meraxes, em 10 d.C., na Toca do Inferno, ao sul de Dorne, por Chase Stone ©.

Quando o Século de Sangue estava chegando ao fim, o interesse de Aegon por Westeros cresceu. Sua irmã-esposa Visenya havia reivindicado Vhagar e sua outra irmã-esposa Rhaenys montava Meraxes. Entre os anos 2 a.C. e 1 d.C., Aegon e suas irmãs usaram Balerion, Vhagar e Meraxes em suas guerras de Conquista contra os Sete Reinos. Os dragões foram fundamentais na Queima de Harrenhal e no Campo de Fogo, e a ameaça dos dragões levou às submissões de Torrhen Stark e Sharra Arryn.[24] Os dragões também foram usados na Primeira Guerra Dornesa, que causou a morte de Rhaenys e Meraxes em Toca do Inferno, em 10 d.C..[65]

Muitos dragões foram eclodidos após a Conquista de Aegon. Durante o reinado de Aegon I, "meia dúzia" de dragões nasceram em Pedra do Dragão. Um dos primeiros foi Quicksilver, que eclodiu em 7 d.C. e que se vinculou ao filho mais velho e herdeiro de Aegon I, o príncipe Aenys. Outros dois dragões eclodiram durante o primeiro ano do reinado de Aenys, em 38 d.C..[14] Dragão lutou contra dragão pela primeira vez desde a Perdição de Valíria na Batalha abaixo do Olho de Deus, resultando na morte de Quicksilver em 43 d.C..[66][14]

Ao longo de cento e cinquenta anos, os Targaryen montaram seus dragões como símbolo de seu poder e como meio de transporte. Além disso, uma valiosa moeda de ouro do reino ficou conhecida como dragão de ouro.[67] Diz-se que o Rei Jaehaerys I Targaryen levou seis dragões com ele para o norte, incluindo Vermithor que ele montava e Silverwing da Rainha Alysanne, para visitar o Protetor da região;[68] no entanto, é possível que a história seja apenas uma fábula, já que o registro histórico da visita não menciona esse número de dragões.[20]

 
A Batalha no Olho de Deus, onde Balerion mata Quicksilver.

Balerion morreu de velhice em 94 d.C., no final do reinado de Jaehaerys I.[69] O neto de Jaehaerys e eventual sucessor, Viserys I, era o cavaleiro de Balerion na época de sua morte.[27][70] Isso deixou Vhagar como o maior dragão vivo e em 129 d.C. ela estava se aproximando do tamanho de Balerion.[15]

Em 129 d.C., na véspera da guerra civil entre Rhaenyra e e o rei Aegon II, havia vinte dragões vivos.[71] Os dragões mais antigos e maiores eram Vhagar, Vermithor, Silverwing, Dreamfyre, Meleys, Caraxes e Syrax. Dragões mais jovens, mas ainda grandes o suficiente para serem montados na guerra, eram Seasmoke, Sunfyre, Tessarion, Vermax, Arrax, Tyraxes e Moondancer. Stormcloud, Morghul e Shrykos eram dragões muito jovens, ainda não grandes o suficiente para serem montados.[3]

 
O quarto episódio da série House of the Dragon: Os dragões Sunfyre e Meleys lutando. Toda a cena da Batalha de Pouso de Gralhas foi muito elogiada pela crítica como um dos pontos altos da série.

Havia também três dragões selvagens vivendo em Pedra do Dragão que nunca haviam sido reivindicados com sucesso por nenhum cavaleiro: Grey Ghost, Sheepstealer e o Canibal.[72] A fera Sheepstealer eclodiu quando Jaehaerys I ainda era jovem e Canibal era ainda mais antigo (ninguém sabia ao certo quando ele havia eclodido), e por isso também eram bastante grandes na época da Dança dos Dragões, enquanto Grey Ghost era uma fera mais jovem e menor.[3]

Extinção e tentativas de revive-los

No final do reinado do Rei Viserys I Targaryen, vinte dragões estavam vivos. A maioria desses dragões morreu durante a guerra civil chamada Dança dos Dragões, que começou em 129 d.C. e durou até meados de 131 d.C..[37] Quando a guerra acabou, restavam vivos apenas quatro dragões: o selvagem Canibal, nunca montado; Sheepstealer, escondido nas Montanhas da Lua com seu cavaleiro; Silverwing, que havia se tornado selvagem após a morte de seu cavaleiro e de seu companheiro; e o jovem dragão Morning, que havia eclodido durante a guerra.[37] Em 132 d.C., um mensageiro de Alys Rivers, a rainha bruxa de Harrenhal, afirmou ter visto um dragão dentro do castelo, embora a veracidade desse relato seja incerta.[73]

Ainda havia muitos ovos de dragão restantes após a guerra e pelo menos alguns eclodiram. Terrivelmente, um deles eclodiu como um verme cego e sem asas que atacou sua companheira de berço e foi morto.[40] Pelo menos dois filhotes de Pedra do Dragão eram deformados e não cresceram até o tamanho de um pequeno cães antes de morrerem. O último dragão era uma fêmea verde, pequena e atrofiada, com asas murchas. Ela morreu jovem em 153 d.C., durante o reinado do Rei Aegon III Targaryen, que posteriormente ficou conhecido como o "Desgraça dos Dragões".[74][75][76] Ela colocou uma ninhada de cinco ovos, que nunca eclodiram.[75]

 
O castelo de Solarestival queimando, por Marc Simonetti ©.

Arquimeistre Marwyn acredita que a ordem dos meistres, com seu objetivo secreto de suprimir a magia, foram os responsáveis pela extinção dos dragões.[77] Segundo Sor Arlan de Centarbor, os verões se tornaram mais curtos após a morte do último dragão e os invernos mais longos e cruéis.[75]

Após a extinção, os únicos remanescentes dos dragões foram seus ossos,[16] seus crânios[16] e seus ovos, que eventualmente se transformaram em pedra com o tempo.[78][79][42] Os ovos eram altamente valorizados por sua beleza e natureza exótica.[80] Os Targaryens tinham uma coleção de dezenove crânios de dragões de vários tamanhos e idades, que exibiam nas paredes da sala do trono na Fortaleza Vermelha. O mais antigo tinha milhares de anos.[16]

Os Targaryens ficaram obcecados em tentar reviver seus dragões. Muitas tentativas fúteis foram feitas para trazer tais feras de volta a vida. O rei Aegon III Targaryen trouxe nove magos de Essos para usar suas magias na tentativa de fazer os ovos restantes eclodirem.[81][76] O piedoso Rei Baelor I Targaryen tentou fazer seu ovo eclodir rezando sobre ele.[81][79] Aegon IV Targaryen ordenou que os piromantes construíssem sete "dragões" mecânicos que lançavam jatos de fogovivo. Centenas de homens morreram numa tentativa fracassada de usá-los para invadir Dorne.[81][82] O Príncipe Aerion Targaryen bebeu fogovivo, acreditando que isso o transformaria em um dragão, mas apenas morreu gritando.[81][83] A tragédia de Solarestival resultou da tentativa do Rei Aegon V Targaryen de fazer ovos de dragão eclodirem.[84][85] O Rei Aerys II Targaryen tentou fazer dragões eclodirem de ovos encontrados nas profundezas de Pedra do Dragão, sem sucesso.[42] Ele pode ter acreditado que sua tentativa de imolar Porto Real em uma grande chama ardente o transformaria em um dragão.[86]

Eventos recentes

A Guerra dos Tronos

 
O nascimento dos dragões, por Jonathan Burton. ©

Durante um sonho enquanto estava em coma, Bran Stark vê dragões se agitando sob o nascer do sol em Asshai da Sombra.[87]

No casamento de Daenerys Targaryen com Khal Drogo, o Magíster Illyrio Mopatis dá de presente três ovos de dragão fossilizados.[41] Quando Drogo fica mortalmente doente, Daenerys faz com que a maegi Mirri Maz Duur faça um ritual para salvá-lo, mas o filho dela na barriga acaba morrendo e Mirri afirma que "só a morte pode pagar pela vida".[88][89] Após a morte de Drogo, Daenerys coloca os ovos de dragão na pira funerária do marido, ao lado do corpo dele, e também amarra Mirri à pira. A pira de Drogo é acesa quando a primeira estrela, um cometa vermelho-fogo, é vista no céu. Assim que a pira inteira está em chamas, Daenerys caminha em direção às chamas. Na manhã seguinte, quando as chamas se apagaram e o solo esfriou, Daenerys é encontrada entre as cinzas, nua, mas ilesa, segurando e amamentando três dragões recém-nascidos vivos — Drogon, Rhaegal, e Viserion. Com a troca de vida por vida de Daenerys, os três primeiros dragões vivos desde 153 d.C. nascem no Mar Dothraki.[1]

A Fúria dos Reis

 
Daenerys e seus dragões na conquista da Baía dos Escravos.

Em Porto Real, o Sábio Hallyne, um mestre piromante da Guilda dos Alquimistas, diz para Tyrion Lannister que seus feitiços estão mais eficientes do que o normal e se pergunta se há algum dragão por perto, já que o Sábio Pollitor certa vez falou para ele que a magia tinha começado a sair do mundo no dia em que o último dragão morreu.[23]

Os magos de Qarth tentam matar Daenerys e ficar com seus dragões, mas ela sobrevive e a Casa dos Imortais é destruída.[8]

A Tormenta de Espadas

Durante uma reunião do pequeno conselho, lorde Varys relata que os marinheiros voltaram do Mar de Jade afirmaram que um dragão de três cabeças nasceu em Qarth e é a maravilha daquela cidade. Lorde Tywin Lannister não acredita neste relatório.[90]

Daenerys usa seus dragões para conquistar Astapor.[91]

A sacerdotisa vermelha Melisandre deseja despertar dragões de pedra sacrificando Edric Storm,[84] mas Stannis Baratheon não permite[92][81] e posteriormente Davos Seaworth impede isso completamente, contrabandeando Edric para longe.[93]

O Festim dos Corvos

Em Vilavelha, Armen diz que ele ouviu rumores de dragões em Asshai, Qarth e Meereen, além de rumores de dragões libertando escravos no oriente.[94]

O pequeno conselho da rainha-regente Cersei Lannister desconsidera rumores de dragões em Essos.[95]

O meistre Aemon discute a respeito de dragões com Samwell Tarly.[34]

A Dança dos Dragões

 
O dragão Drogon, conforme visto na série de HBO.

Daenerys prende Rhaegal e Viserion dentro do fosso dos dragões da Grande Pirâmide de Meereen após a morte de Hazzea, embora Drogon permaneça livre por ai, sendo considerado o dragão mais selvagem e aventureiro de Dany.[96] Drogon mais tarde causa caos na arena de Daznak[12] e Daenerys voa para longe nas costas dele na direção do mar Dothraki.[48]

Rhaegal e Viserion são libertados da Grande Pirâmide de Meereen durante a tentativa malfadada de Quentyn Martell de domar um dragão.[10][97]

Dragões históricos

Ovos de dragão conhecidos

Referências

  1. 1,0 1,1 A Guerra dos Tronos, Capítulo 72, Daenerys.
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